Imprimir

20160415_karapi_montemor.jpg
A empresa de calçado Karapi, situada no concelho de Montemor-o-Velho, é detida maioritariamente por uma sociedade francesa - a PEDI. A sociedade PEDI, que é também o principal cliente da Karapi, terá entrado num processo de insolvência e surgem notícias de que será comprada por um grupo que não terá interesse em continuar a laboração em Portugal.

Trata-se de um empresa cuja laboração se iniciou há mais de 30 anos. A maior parte das trabalhadoras trabalham ali desde o início e têm hoje idades entre os 40 e os 60 anos, num concelho com graves problemas de desemprego, de baixos rendimentos e uma situação social especialmente fragilizada.
Neste contexto, é fácil perceber que a importância da empresa para o tecido produtivo do concelho de Montemor e do distrito de Coimbra é enorme.
Sabe-se que já existiam encomendas para a estação do outono/inverno 2016.
Num contacto com trabalhadores da empresa ficou a saber-se que têm vindo a sair matérias primas e que estará a ser carregado um camião com mais material, agravando as preocupações sobre a intenção de desmantelamento. Alguma maquinaria pode estar penhorada.
Há receios que a administração aproveite o tradicional período de férias em Abril para encerrar definitivamente a empresa. A Karapi tem cerca de 100 trabalhadores e apesar de ter a situação salarial regularizada, terá dívidas à Segurança Social e ao Fisco.

O PCP vai questionar o Governo sobre a situação da empresa, assim como suscitar a discussão do assunto na reunião da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho que terá lugar na próxima segunda-feira, dia 18. Entre outras questões o PCP exige que se esclareça:

- Tem o Governo, bem como a Presidência da Câmara Municipal de Montemor, conhecimento da situação descrita?

- Esta empresa foi beneficiária de apoios ou incentivos por parte do Estado português, nomeadamente ao nível fiscal?

- Qual a situação das contribuições da empresa para a Segurança Social e perante as Finanças?

- Que medidas pretende tomar para salvaguardar os postos de trabalho num sector tantas vezes apontado com estratégico para as exportações do país?

O PCP expressa a solidariedade com todos os trabalhadores desta empresa, apelando a que mantenham a unidade nesta luta, reafirmando que podem contar com o PCP na defesa dos seus postos de trabalho.