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huc.jpgFUSÃO DOS HOSPITAIS DE COIMBRA

UM ATAQUE

AOS TRABALHADORES, AOS UTENTES E AO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

As medidas restritivas e anti-sociais contidas no Orçamento de Estado (OE) para 2011, na área da saúde prevêem, num acto embrulhado em propaganda da pseudo racionalização dos gastos e de procura de eficiência, a fusão/redução dos hospitais de Coimbra - Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra(CHPC).

As recentes declarações da ministra da saúde de que "ainda só andavam a pensar nisso" demonstram a desfaçatez com que se anuncia uma medida desta natureza e são o reconhecimento de que não foi feito qualquer estudo do impacto sobre os milhares de trabalhadores envolvidos, sobre as populações atingidas no seu direito a uma assistência médica de qualidade e atempada, sobre o impacto na tão badalada "excelência" dos cuidados de Saúde em Coimbra.

Esta medida constitui uma violação gratuita das características próprias de cada uma das instituições e, mais grave, demonstra que o governo nem sequer faz ideia, mesmo do ponto de vista economicista tão do seu agrado, se dessa junção resultará qualquer economia. Isto prova que as verdadeiras intenções não são as falsamente propagandeadas pelo governo e seus serventuários.

Esta fusão não pode ser desligada da política de destruição do SNS seguida pelo PS com o apoio do PSD, e que está bem patente no encerramento, a eito, de Maternidades e serviços de Urgência com o consequente impacto nos hospitais. Os encerrramentos de vários serviços de urgência na região levaram à duplicação do número de doentes  assistidos no banco de urgências dos HUC, para o mesmo pessoal no atendimento, com a evidente quebra de qualidade e riscos acrescidos para os utentes. A fusão só pode significar mais desmantelamentos de serviços e valências, mais redução de postos de trabalho e aumento da precariedade dos trabalhadores e pior qualidade dos serviços prestados aos utentes.

A MULTIPLICAÇÃO DE UNIDADES DE SAÚDE PRIVADAS
AJUDA A EXPLICAR ESTA FUSÃO

Esta situação também não pode ser desligada do aparecimento, como cogumelos, de tantas unidades privadas de saúde à volta destes hospitais, ou seja, para uma cidade com a dimensão de Coimbra está prevista a criação de quatro (4) hospitais privados. O favorecimento das unidades privadas, umas quase prontas e outras em construção, ajuda a explicar a razão pela qual o Governo do PS, com o quase único aplauso do Presidente do Conselho de Administração dos HUC, toma uma tal decisão. A estratégia de privatização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), é evidente pelo facto de 60% dos gastos do Estado com a saúde serem feitos no sector privado que já detém mais de 50% dos serviços de saúde.

O que os hospitais de Coimbra necessitavam era de investimento, revitalização e melhoramento mas sempre na perspectiva do doente e não da mera redução da oferta pelos piores motivos. Depois dos megalómanos planos de construção de hotéis,"shoppings",restaurantes e, ao que parece, chorudas distribuições de "prémios" de desempenho a gestores hospitalares, depois do desmantelamento da única unidade de Oncologia Óssea existente no País, temos a aberração do  Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC).

SÓ A LUTA PODE TRAVAR ESTA POLÍTICA!

Esta ofensiva pode e deve ser travada com a mobilização e luta dos Trabalhadores e da população de Coimbra, para já, na Manifestação Nacional convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, a realizar no próximo dia 6 de Novembro, sábado, em Lisboa; bem como com uma participação massiva, na próxima Greve Geral, convocada pela CGTP, para o próximo dia 24 de Novembro, 4ª. Feira.


06 NOVEMBRO TODOS À MANIF. DA FRENTE COMUM!

24 NOVEMBRO TODOS À GREVE GERAL!