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20210310 vale de canas

A Mata Nacional de Vale de Canas (MNVC) é um espaço florestal periurbano do concelho de Coimbra, localizado nas freguesias de Santo António dos Olivais e Torres do Mondego. Ocupa uma área de 16ha sob gestão do ICNF, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas,tendo sido adquirida pelo Estado em 1867.Sendo um espaço florestal com grande diversidade florística e faunística, onde se inclui a árvoremais alta da Europa classificada como Árvore Monumental, um exemplar com 73 metros deEucalyptus diversicolor, contribui para a qualidade de vida do concelho e da cidade e é ainda umimportante espaço de recreio.

A Mata foi percorrida por um incêndio, em 2005, proveniente de Vila Nova de Poiares que sealastrou a Penacova e entrou em Coimbra. Tem um Plano de Gestão Florestal (PGF) aprovadoem Maio de 2014 com algumas ações programadas até 2026. O estado geral da Mata apresenta sinais preocupantes de abandono e deterioração. Algumas das estruturas existentes estão ao abandono e completamente degradadas. É um exemplo a Casa de Fogo, com o telhado semidestruído por queda de uma árvore, nunca recuperado, estando há vários anos sujeito às intempéries com risco de perda da estrutura. As placas e painéis informativos, com exceção de algumas sinaléticas de trilhas pedrestes,estão danificadas, sem informação, restando apenas os suportes - alguns partidos, outros aapodrecer. Os mapas aí colocados, com o desenho e identificação da Mata, há muito quedesapareceram, a identificação de espécies, aves, répteis e outros, também estão ausentes ouilegíveis. Não há qualquer sinalética para localização e identificação da Árvore Monumental, a mais alta da Europa.

O jardim de entrada da Mata de Vale de Canas está também ao completo abandono, sem manutenção e, devendo ser uma espécie de sala de visitas, mais parece um matagal. Aí a instalação de um “jardim de plantas aromáticas” não teve qualquer manutenção, restam os canteiros, umas pequenas placas de madeira em que os textos desapareceram há muito, maisparecendo um cemitério abandonado.Os caixotes para lixo estão partidos e também sem qualquer aparente manutenção e recolhados lixos.

No Parque de Merendas e noutros locais com mesas também o abandono é evidente, sendo que os pontos de água aí instalados estão inativos. Mesas e bancos carecem de recuperação emanutenção.Por falta de regos ou valas de drenagem e por degradação das poucas existentes, os caminhosficam encharcados e intransitáveis quando ocorrem algumas chuvadas.Alguma limpeza de faixas laterais na Mata com o objetivo de redução da carga combustível éum dado positivo, mas claramente insuficiente para o conjunto de necessidades do local.Algumas localidades de Coimbra situam-se na proximidade da MNVC, nomeadamente apovoação de Vale de Canas, Tovim de Cima, Misarela e Casal da Misarela, Casal do Lobo, entre outras. A Mata de Vale de Canas deve ser para estas povoações um sítio de atração enão um local de receio, de onde possam nascer ou progredir incêndios com toda a tragédia quelhes é associada.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais devidamente aplicáveis, solicitasea V.ª Ex.ª que possa remeter ao Governo, por intermédio do Ministério do Ambiente e Ação Climática, as seguintes questões:

1 – Os maiores incêndios rurais que ocorreram na Mata Nacional de Vale de Canas foram, comoé conhecido, provenientes do exterior. No entanto, o PGF da Mata não prevê ações para o anode 2021. Está prevista alguma ação de redução da carga combustível para este ano, emparticular nas suas extremas?

2 – Está prevista, e para quando, a reposição da sinalética e painéis informativos na Mata,nomeadamente no Jardim de entrada?3 - Está prevista, e para quando, a instalação de sinalética da Árvore Monumental, a mais altada Europa?

4 – Está prevista, e para quando, a recuperação do telhado da Casa do Fogo, dos bancos,mesas e demais mobiliário, bem como dos pontos de água?

5 – Está prevista a recuperação, e instalação onde não existam, de regos e valas de drenagemque tornem os caminhos transitáveis e limitem a sua degradação?

6 – Está prevista, e para quando, a recuperação do Jardim de entrada?