A administração Lactogal-Produtos Alimentares SA (Tocha), concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra, com centenas de trabalhadores, não respeita a dignidade e os direitos de quem trabalha.
Assim, na senda do Pacto de Agressão aprovado por PS, PSD e CDS com o FMI e a União Europeia, como quem decide sobre objectos descartáveis, de uma penada prepara a
transferência de trabalhadores da empresa da Tocha para a empresa de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, e com alteração de funções.
Para já, está a
empurrar para a transferência os trabalhadores com menos de 10 anos de serviço como forma de pressão para que estes se resignem e aceitem, ou se despeçam por a sua vida não permitir a transferência. É preciso é que os mais antigos não criem a ilusão de que isto não é com eles, de que é apenas com os outros. Os trabalhadores não abrangidos pela transferência devem manifestar a sua solidariedade com os que agora querem obrigar a partir.
A decisão da administração é injusta e não tem em conta a vida pessoal dos trabalhadores. Se têm família, filhos para cuidar ou acompanhar ao infantário ou à escola, marido ou mulher, pais ou outras pessoas a cargo.
Os trabalhadores têm que fazer cerca 80 quilómetros e 1 hora de caminho.
Os trabalhadores não podem ser tratados máquinas ou objectos. Direitos
das pessoas, direitos humanos, estes senhores não sabem o que é isso. É o
capitalismo a raiar a selvajaria, no seu melhor. O que é preciso é o
lucro ainda que baseado na exploração mais desenfreada.
O PCP, solidariza-se com os trabalhadores da Lactogal, da Tocha, apela à
unidade e luta em torno das suas organizações representativas e de
classe contra estas arbitrariedades até à sua derrota e reposição da
legalidade.
O PCP exige do Governo acção imediata da Autoridade das Condições de
Trabalho (ACT).
O PCP irá questionar o Governo através da Assembleia da República sobre a
situação dos trabalhadores na Lactogal.