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PCP denuncia: “Reorganização” Curricular não é mais de que “reorganização laboral”.

O Grupo Parlamentar do PCP realizou ontem uma Audição Parlamentar sobre as questões da “Reorganização Curricular” apresentada pelo Governo, com a presença da deputada Rita Rato.

Esta iniciativa, que teve lugar na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, insere-se num conjunto de audições públicas descentralizadas pelo território nacional, com a presença de deputados comunistas e realiza-se na sequência da apresentação, pelo PCP de um Projecto de Resolução para alargamento do prazo de discussão pública da chamada “reforma curricular” que foi chumbado por PSD/CDS.

 

Da assistência surgiram um conjunto de questões e preocupações colocadas por professores, encarregados de educação e estudantes e que incidiram sobretudo no facto de esta “reorganização” não se suportar em qualquer estudo ou fundamentação e ter apenas como objectivo um corte de 102 milhões de euros na educação. 

Esta redução do investimento na Educação Pública é conseguida à custa de medidas como o fim do par pedagógico de Educação Visual e Tecnológica (EVT), o fim da Formação Cívica no 2º e 3º ciclos, bem como o fim do desdobramento de turmas práticas em Ciências Naturais e Físico-Química, medidas que no conjunto podem significar o fim de cerca de 11600 horários de trabalho. Por isto, a deputada comunista comunista alertou para o facto de não se estar perante uma verdadeira reorganização curricular, “mas antes de uma reorganização laboral, de ajuste dos currículos ao orçamento imposto pela troika estrangeira, e que representa uma diminuição substantiva da qualidade do ensino”. Rita Rato sublinhou ainda que o PCP entende ser possível travar este conjunto de medidas caso todos os ofendidos - professores do quadro, professores contratados (ainda mais agredidos), pais, funcionários e estudantes - façam ouvir a sua voz, mostrando que não abdicam dos seus direitos e da Escola Pública, Gratuita e de Qualidade para todos.