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20120526_viglia_hospital_coves_web.jpgO Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), do governo do PSD/CDS, na senda da decisão do governo anterior do PS, decidiu encerrar as urgências nocturnas do Hospital dos Covões.

Está cada vez mais claro, que a asfixia das unidades de saúde públicas visam o favorecimento do negócio privado da saúde, como se pode constatar com a abertura de unidades de saúde, à volta dos hospitais públicos.

HOJE AS URGÊNCIAS AMANHÃ O HOSPITAL 

O encerramento das urgências é apenas o início de um grave e criminoso processo de descaracterização do Hospital do Covões. Muitas outras valências estão a ser amputadas no âmbito da fusão: estomatologia, nefrologia, urologia, transplantação renal, gastroenterologia, medicina física e reabilitação e psiquiatria. O que está em causa é o Hospital dos Covões em si mesmo e não apenas este ou aquele serviço ou valência. Um Hospital sem urgências é um hospital fragilizado. É preciso dizer basta! A não ser travado este processo, a prazo, o que se colocará é o encerramento total do Hospital.

É PRECISO RESPONSABILIZAR OS DEPUTADOS E AS AUTARQUIAS DA REGIÃO

Entretanto, os deputados pelo distrito de Coimbra do PS, PSD e CDS que visitaram o Conselho de Administração dos CHUC, vieram de lá satisfeitos com as respostas que lhes foram dadas para justificar o encerramento. Assim se traem os interesses e as necessidades de cerca de 400 mil utentes destas urgências. 

Igual posição havia já tomado o Presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego, também do PS. Os membros da Assembleia Intermunicipal do Baixo Mondego devem ouvir as populações e colocar-se ao seu lado. As Câmaras, Assembleias Municipais e Juntas de Freguesia da região não podem ficar caladas perante tão grave problema para as suas populações, devem condenar a decisão e exigir a reposição das urgências neste hospital.

Estas são medidas neoliberais contra o Serviço Nacional de Saúde, contra as populações, contra a vida dos cidadãos. Todos aqueles que opinam e tecem considerações sobre as vantagens da fusão/destruição dos hospitais públicos de Coimbra, assumem uma grave responsabilidade em todo este processo de liquidação.

FECHAM NO PÚBLICO ABREM NO PRIVADO

Esta estratégia é complementada com o aumento das taxas moderadoras nas urgências, nas consultas e nas cirurgias, no preço dos medicamentos, no tempo de espera para consulta e cirurgia, na degradação propositada dos serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tudo na mira de empurrar os doentes para as clínicas e outras unidades privadas, que até se podem dar ao luxo de praticar, momentânea e transitoriamente e para iludir, preços mais baixos.

As verdadeiras redundâncias, gorduras e desperdícios na saúde, em Coimbra, têm a sua expressão máxima nas unidades privadas que abrem, parasitando o SNS.

OS CUIDADOS DE SAÚDE ESTÃO EM CAUSA

As urgências dos HUC não podem comportar mais doentes. As pessoas não podem suportar as subida das taxas moderadores nas urgências para 20€, mais o custo dos respectivos exames. Muitas optam por não não aviar as receitas, por não procurarem os serviços, por ficarem em casa abandonadas a si mesmas.

A par destes ataques aos cuidados hospitalares, atacam-se também os cuidados de saúde primários. É preciso mais investimento e melhores condições nos centros de saúde. Em Santa Clara o centro de saúde, não oferece quaisquer condições, com casas de banho encerradas, com portas que não fecham, com problemas de acesso a cadeiras de rodas, entre outros problemas.

É POSSÍVEL INVERTER ESTA POLÍTICA É PRECISO LUTAR!

A seguir ao encerramento de um serviço ou de uma urgência no público, é sempre possível reabri-los, assim o queiram as populações, com a sua luta, vontade e determinação. Para isso podem contar sempre com o apoio do PCP.

É preciso que a Petição/Abaixo-Assinado, lançada pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos, na vigília do passado dia 26 de Maio, frente ao Hospital dos Covões, e que se encontra a circular, recolha um elevado número de assinaturas, de forma a expressar com clareza o sentir dos utentes e que condene e derrote mais esta ofensiva contra o SNS.