Realizou-se um Debate da CDU sobre as políticas para a saúde Mental, com a participação de Bernardino Soares, Luísa Silva, Conceição Pascoal e Carla Lopes. É preciso garantir meios para o SNS para se ter respostas adequadas na saúde mental. Na UE agrava-se a lógica de mercantilização, que transforma direitos em negócios. É sintomático o que se está a passar na área da saúde, com o intuito de criação de um «mercado interno» nesta área, ou na segurança social, com as constantes tentativas de avançar na sua privatização. Ao mesmo tempo que, em ambas as áreas, se pretende cortar a despesa dos Estados. Em Coimbra os sucessivos governos PS, PSD e CDS traçaram um caminho de encerramento, concentração e desestruturação de equipas e serviços. Primeiro com o encerramento do Hospital Psiquiátrico de Lorvão e do Centro Psiquiátrico de Recuperação de Arnes. Depois com a desestruturação de equipas especializadas e multidisciplinares, construídas e formadas ao longo de anos, pondo em causa a visão multidisciplinar do tratamento da doença mental, que segundo a Organização Mundial de Saúde tem um papel importantíssimo na desinstitucionalização e na integração de cidadãos portadores de doença mental. O tratamento da toxicodependência, que em Portugal teve uma evolução muito positiva, também sofreu com as políticas de direita e corre sérios perigos de grave retrocesso. Este é um sector onde são necessários recursos humanos diferenciados e equipas multidisciplinares. Isto não se compadece com cortes e mais cortes no SNS e mais e mais dinheiro para o negócio da doença.