Uma delegação do PCP com Francisco Queirós, Vereador da CDU, e Ana Mesquita, Deputada do PCP na AR, realizou uma visita aos SMTUC. Da parte da manhã reuniu com os directores de serviços e visitou as instalações. Na visita foi possível verificar as condições de trabalho. Apesar de melhorias pontuais, persistem problemas. As instalações continuam degradadas fruto de anos de desinvestimento, em particular o telhado, o piso e a estação de serviço. A visita confirmou também que, apesar de avanços, persiste o envelhecimento da frota e a falta de pessoal decorrentes de opções dos sucessivos governos que limitaram o investimento e a capacidade de contratação de trabalhadores. Confirmou ainda a persistência de problemas com o sistema de bilhética que tem criado problemas a utentes e trabalhadores.
Durante a visita o PCP pode confirmar que os sucessivos projectos de mobilidade anunciados para Coimbra são sempre pensados de costas voltadas para os SMTUC. Isto foi uma evidência no caso do Metro Mondego e está a repetir-se no projecto Metrobus. Pode ainda constatar que o argumento utilizado para excluir a solução ferroviária para o ramal da Lousã, não tem sentido. Excluir a solução ferroviária porque não pode ser interligada com o transporte urbano é uma falácia., desmentida com exemplos concretos em muitas cidades e inclusivamente em Coimbra.
Qualquer solução de mobilidade para Coimbra não pode colocar em causa a sustentabilidade dos SMTUC. Defender os SMTUC enquanto Serviço Municipal será a melhor garantia de defender o transporte público para todos.
O PCP solicitou encontros com as estruturas representativas dos trabalhadores Nesse mesmo dia reuniu com representantes do STRUP onde foi possível aprofundar o conhecimento sobre os problemas dos motoristas/agentes únicos. O STRUP deu nota da luta dos motoristas pela sua carreira de agente único e das especificidades desta profissão, quer do ponto de vista da formação, que exige investimento inicial na ordem dos milhares de euros, quer das exigências de renovação e aferição de capacidade, que fazem com que os motoristas tenham que regularmente prestar provas e pagar esses testes. O Sindicato diz que estas especificidades fazem com que se deva integrar estes trabalhadores na carreira de agente único. O que se tem vindo a assistir é à contratação de motoristas pelo salário mínimo nacional, o que cria desigualdades entre trabalhadores que prestam o mesmo serviço.
Os trabalhadores podem contar a intervenção e contribuição do PCP e da CDU pela defesa das carreiras, progressões e pela reposição dos direitos, assim como para defender o emprego e valorizar salários. Uma intervenção que será tanto mais forte, quanto forte for a luta dos trabalhadores. É na luta que hoje, como sempre reside o factor maior de avanço e conquista, de elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo.
- pela defesa das carreiras, progressões e pela reposição dos direitos;
pelo aumento dos salários e do salário mínimo nacional;
- contra a desregulação dos horários de trabalho e pela redução para as 35h semanais para todos;
- pelo combate à precariedade, garantindo que a cada posto de trabalho permanente corresponde um contrato de trabalho efectivo;
- pelos direitos e a valorização do trabalho e dos trabalhadores;
- em defesa dos serviços públicos;
- pela revogação das normas mais gravosas da legislação laboral, nomeadamente a eliminação da caducidade e a aplicação do princípio do tratamento mais favorável.