Fundado em 1962, na sequência da intervenção no sítio arqueológico de Conimbriga, o Museu Monográfico de Conimbriga contou sempre entre as suas valências com o Laboratório de Conservação e Restauro e com a Oficina de Restauro de Mosaicos como elementos indispensáveis para o cumprimento dos seus objetivos, designadamente, a preservação, investigação e exposição pública das ruínas da cidade romana, bem como para a execução de trabalhos fora do seu âmbito geográfico estrito e o apoio à investigação científica nacional.
Um problema há muito denunciado pelo PCP é a falta de pessoal nos Museus, Palácios e Monumentos. De facto, a situação atingiu um ponto tal que, a manter-se, pode comprometer o cumprimento da missão a que estas instituições estão acometidas. Ao longo dos anos, as saídas não foram sendo compensadas com novas entradas, a média etária dos trabalhadores é muito elevada. Significa isto que, a não serem tomadas medidas imediatas, muito em breve as equipas podem ficar reduzidas a menos de 1/3 dos atuais trabalhadores.
De acordo com uma notícia publicada esta semana, o atual Diretor do Museu Monográfico de Conimbriga – Museu Nacional interpelou a Diretora-Geral do Património Cultural numa sessão pública dizendo que, caso não sejam contratados mais técnicos, “algumas das imagens que abrilhantam” aquele conjunto (museu e ruínas) “poderão não passar de uma evocação nostálgica” em poucos anos. Foi solicitada uma intervenção urgente do Governo por forma a superar este grave problema.
É hoje evidente que a escassez de todo o tipo de meios e de trabalhadores nos museus, palácios, monumentos e sítios arqueológicos alcançou um ponto que exige a tomada de medidas imediatas, sob pena de se perder a possibilidade de transmissão de conhecimentos e de cultura de organização, que poderá demorar décadas a recuperar. Por isso, o PCP levou a discussão na Assembleia o Projeto de Resolução 2023/XIII, que recomendava ao Governo a realização de um programa de emergência para a valorização dos museus, palácios, monumentos e sítios arqueológicos, em que era proposta a contratação de trabalhadores em número adequado e com vínculo de trabalho estável, valorizando as suas carreiras. Esta iniciativa foi rejeitada no passado mês de Junho com os votos contra de PSD e PS – no entanto, como a situação relatada comprova, os problemas mantêm-se e tardam medidas urgentes e eficazes.
"Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais devidamente aplicáveis, solicitase a V.ª Ex.ª que possa remeter ao Governo, por intermédio do Ministério da Cultura, o pedido de resposta às seguintes questões:
Vai o Governo proceder ao reforço do número de trabalhadores do Museu Monográfico de Conimbriga – Museu Nacional?
Quando o vai fazer? Quantos trabalhadores vai contratar? Para que postos de trabalho?"