Os trabalhadores do grupo Trandev realizaram uma greve no dia 11 de Fevereiro, das 3 horas às 14 horas. Apesar das intimidações, 50% dos trabalhadores aderiram a greve. Esta jornada de luta foi decretada pela FECTRANS contra o ataque à contratação colectiva e aos salários.
O Grupo em conjunto com o Governo através dos Ministros dos Transportes e Obras Publicas, e do Trabalho e da Solidariedade Social decretaram por despacho mais uma vez, injustamente, serviços mínimos. Decretar serviços mínimos numa empresa de transportes constitui desde logo um ataque ao direito à greve dos trabalhadores. É ainda mais escandaloso que se convoque um número tão elevado de motoristas (30).
Os argumentos para decretar serviços mínimos são frágeis e facilmente rebatíveis recorrendo à prática da própria empresa. Desde logo o argumento da preocupação com os utentes que não tem alternativa de transporte é bastante frágil, pois em anteriores Greves, sem decretar serviços mínimos, a empresa deslocou os trabalhadores que não aderiram à Greve para satisfazer a realização dos Expressos, deixando por fazer as carreiras sem alternativa.
ATROPELOS INACEITÁVEIS À LEI DA GREVE
Na Greve de 11 de Fevereiro a empresa deslocou trabalhadores não aderentes das carreiras, para fazer os Expressos e requisitou trabalhadores de serviços mínimos para fazer outras carreiras. Houve trabalhadores escalados para trabalhar, ao afirmarem que faziam greve foram postos de folga. A empresa requisitou trabalhadores ao abrigo dos serviços mínimos que escalou ilegalmente para além do horário fixado no despacho. Não foi afixada a listagem dos trabalhadores escalados para os serviços mínimos. Todas estas situações são claramente contra a Lei da Greve.
TRABALHADORES SUJEITOS A PRESSÕES INACEITÁVEIS
Na véspera da Greve a empresa, de forma intimidatória, fez deslocar diversas equipas de chefias de casa em casa dos trabalhadores, requisitando-os para os serviços mínimos entregando-lhes o despacho do Governo apensado com uma carta da empresa.
TRANSDEV NÃO CUMPRE ACORDOS SALARIAIS DA RBL
O grupo TRANSDEV há vários anos que não contrata motoristas para a RBL. Tem vindo a servir-se de diversas pequenas empresas que adquiriu para funcionar como empresas de contratação de mão de obra barata, sendo que os alvarás da concessão de carreiras são propriedade da RBL. A TRANSDEV não tem cumprido com o instrumento de regulação colectiva de trabalho em vigor e recusando-se há anos a negociar qualquer reposição salarial, fazendo aumentos abaixo da inflação e recusando, em 2010, qualquer actualização.
PCP QUESTIONARÁ O GOVERNO SOBRE ESTES ATROPELOS
O Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República quetionará o Governo sobre a situação nesta empresa e estes atropelos ao direito à Greve, nomeadamente:
Ao terem imposto serviços mínimos porque não foi afixada a lista dos trabalhadores escalados? O que pensa o governo fazer para que se cumpra o direito constitucional do direito á greve? Sobre a legalidade da RBL recorrer a outras empresas para satisfazer os serviços de carreiras que lhe foram concessionadas, por não ter trabalhadores suficientes e há anos não contrata? O que pensa fazer o governo para que se cumpra instrumento de regulação colectiva de trabalho em vigor na RBL?
PCP SOLIDÁRIO COM JUSTAS REIVINDICAÇÕES DOS TRABALHADORES
O PCP está solidário com as justas reivindicações dos trabalhadores do Grupo TRANSDEV: Aumentos salariais dignos, contra o congelamento de salários, contra a discriminação dos trabalhadores contratados em nome das empresas Charline, Etac, STC, António da Cruz (TRISAN) e JDN Lda., pela passagem de trabalhadores da Rodoviária da Beira Litoral contratados a tempo parcial a contrato com vínculo permanente.
O PCP APELA À UNIDADE DE TODOS OS TRABALHADORES!
O PCP APELA À LUTA POR SALÁRIOS DIGNOS E CONTRA A DISCRIMINAÇÃO!