O Governo, na senda do ataque às funções sociais do Estado, vai criando as condições para a privatização dos serviços públicos mais rentáveis.
O que se passou na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), é um exemplo muito negativo que nos continua a preocupar. Foram os despedimentos encapotados de mobilidade. Foi a reintegração pelos tribunais de trabalhadores ilegalmente despedidos e a humilhação psicológica desses mesmos trabalhadores a quem as chefias não distribuem trabalho ou tarefas. É o abandono de actividades do interesse dos agricultores e da agricultura, designadamente de laboratórios. Tudo isto, é razão suficiente para recear o que pode vir por aí.
A LINHA DE ATAQUE AOS SERVIÇOS PÚBLICOS REPETE-SE NA DRE – CENTROPrimeiro foi a deslocalização da DRAPC, de Coimbra para Castelo Branco e da Direcção Regional do Turismo, de Coimbra para Aveiro. Agora, prepara-se para transferir, também para Aveiro, a Direcção Regional de Economia (DRE) do Centro, para satisfazer a sua clientela partidária.
Esta medida não tem qualquer sustentação técnica, económica ou de gestão eficiente de recursos. É uma aberração.
A DRE do Centro está sediada em edifício próprio, em Coimbra, construído de raiz para o efeito, com todas as condições e valências, incluindo as de laboratório, devidamente equipados, sem pagamento de rendas.
A centralidade destes serviços, relativamente à área abrangente, Aveiro (parte), Leiria, Castelo Branco, Guarda e ainda um concelho do distrito de Santarém é demonstrativo da justeza da manutenção da localização da actual sede e a que melhores garantias dá de produtividade. As reacções de desagrado dos agentes económicos da região, reflecte bem quanto é disparatada a decisão anunciada, a necessitar de ser enterrada.
Os utentes destes serviços têm de contactar, igualmente em Coimbra, a Comissão de Coordenação da Região Centro (CCDRC), o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), os Serviços de Saúde, os Estabelecimentos de Ensino e outros.
GRAVE DESRESPEITO PELOS TRABALHADORES
A par das razões apontadas, há ainda a forma como os cerca de setenta trabalhadores estão a ser tratados, como se de meros objectos sem valor se tratasse. A planificação da vida das suas famílias e as expectativas criadas, os custos associados ao cuidado dos filhos e seu acompanhamento aos infantários, escolas, centros de saúde, hospitais; as outras pessoas de família a cargo, incluindo idosos, são insignificâncias para o governo PS/Sócrates. O governo determina, autoritariamente, e manda executar!
PCP INTERVEM NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
O PCP opor-se-á, por todos os meios ao seu alcance, que o Governo se esteja a servir deste expediente para despedir ou enviar trabalhadores para a mobilidade/despedimento, sobretudo quando grassa e cresce o desemprego de forma assustadora.
A Região e os trabalhadores podem contar com o PCP na defesa dos seus direitos e interesses, e desde já lhes expressa a sua solidariedade activa.
Para já, o PCP vai interrogar o Governo, através da Assembleia da República, sobre todo este processo.
PCP APELA À UNIDADE E À LUTA DOS TRABALHADORES DA DRE-CENTRO
O Organismo de direcção da Administração Pública Central de Coimbra do PCP