A DORC do PCP realizou o seu Jantar/Comício regional em Cernache/Coimbra. A iniciativa contou com a participação de centenas de militantes e amigos do PCP e da CDU. Intervervieram no Jantar Vitor Carvalho, da Concelhia de Coimbra do PCP e Presidente da Junta de Freguesia de Cernache, Inês Bártolo, da JCP, Francisco Queirós, da DORC do PCP e Jerónimo de Sousa, Secretário Geral do PCP.
No jantar que encheu o salão da Associação Recreativa Vilanovense, em Cernache, o Secretário-geral do Partido começou por sublinhar a singularidade do colectivo partidário comunista, revelada em toda a sua plenitude no XX Congresso do PCP, realizado no início de Dezembro em Almada. Jerónimo de Sousa referiu-se fundamentalmente à sua entrega ao Partido e à luta, ao grau da sua consciência política e de classe e à sua firmeza sem paralelo.
Ainda sobre o Congresso, o Secretário-geral considerou-o um «acontecimento notável», pelo conteúdo das intervenções proferidas e das análises realizadas, quer sobre a situação internacional e nacional quer sobre as perspectivas de luta que estão colocadas não apenas aos comunistas, mas também aos democratas e patriotas, aos trabalhadores e ao povo. Pelo Congresso, acrescentou ainda, não passou a luta fratricida por lugares de chefia que marca os conclaves de outros partidos, mas sim a busca colectiva de caminhos para resolver os graves problemas do País e do seu povo.
Um dos temas que marcou o Congresso e a sua fase preparatória, mas também a situação nacional antes e depois dele, lembrou Jerónimo de Sousa, foi a solução política encontrada após as eleições legislativas de 4 de Outubro de 2015 e os direitos e rendimentos que desde então já foi possível recuperar e conquistar. Lembrando que não fosse ela e o PSD e o CDS cá estariam a prosseguir a sua ofensiva contra a Segurança Social, a legislação laboral e o sector público empresarial, o dirigente comunista reafirmou que o «primeiro e principal compromisso do PCP é com os trabalhadores e com o povo e não com um qualquer governo, no caso o do PS».
Não escamoteando as múltiplas diferenças entre os programas do PCP e do PS e o carácter limitado da actual situação política, expressas desde logo nos recentes debates em torno do salário mínimo e da Taxa Social Única, Jerónimo de Sousa insistiu na necessidade de construir uma política patriótica e de esquerda, capaz de libertar Portugal da submissão e de empreender um rumo de progresso e justiça social.
INTERVENÇÃO DE FRANCISCO QUEIRÓS - DA DORC DO PCP NO JANTAR – 27 DE JANEIRO 2017
“Caros Camaradas e Amigos,A luta de massas é o factor decisivo de intervenção para a construção da alternativa política que defendemos e de transformação social. O ascenso da luta reivindicativa dos trabalhadores e do nosso povo exige às organizações e aos militantes do Partido (e cito Resolução do Comité Central do Partido) “uma intervenção que contribua para o fortalecimento das organizações unitárias dos trabalhadores e de outros movimentos de massas, envolvendo todas as classes e camadas sociais anti-monopolistas”,num importante contributo para o alargamento da frente social de luta.
É assim também no nosso distrito, onde os comunistas travam a sua acção com os trabalhadores e outras classes nas empresas, nos locais de trabalho, de residência ou de estudo.
São várias as lutas recentes ou em curso a que não faltaram a solidariedade ou a intervenção activa dos militantes comunistas. Desde a Soporcel, na Figueira da Foz, em defesa do Fundo de Pensões. E aqui como noutras tantas lutas, os trabalhadores que nela mais se destacaram vieram a sindicalizar-se, vários aderiram ao Partido, que hoje conta com uma célula de empresa.
E os comunistas lá estiveram e estão em diversas empresas e sectores do distrito onde se desenvolveram ou desenvolvem lutas e acções reivindicativas, como na “Dan Cake”, na “Fapricela”, na “Mahle”, na “Santix” e na “Insieme”, nos CTT, no sector de transportes em geral, mas também nos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra que muitos gostariam de desmantelar e privatizar. Com os trabalhadores do município de Coimbra do sector da higiene em greve pela muito justa reivindicação, entre outras, do recebimento de horas de trabalho que lhes são há muito devidas.
Foi possível, após denúncia do nosso Partido, que mais de uma centena de trabalhadores do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra viesse a ter os seus salários actualizados, quando estavam a ser pagos, escandalosamente, abaixo do salário mínimo nacional.
Ainda no sector da saúde são muitas as lutas de trabalhadores e de utentes e populações. No Hospital Rovisco Pais, interviemos denunciando a existência de cerca de 50% dos trabalhadores com vínculo precário, exigindo a sua contratação efectiva. Lutamos contra a privatização do Hospital de Cantanhede. Erguemo-nos pela defesa do Hospital dos Covões e funcionamento das suas Urgências 24 horas por dia. Estivemos, estamos e estaremos na primeira linha de defesa dos oito hospitais de Coimbra e pela reversão da sua fusão.
Agora. Também anuncia-se a fusão das duas maternidades de Coimbra. O Partido já tomou posição. Tal como aquando da fusão dos hospitais, estará em marcha o encerramento de serviços e prejuízos para claros para as utentes.
O PCP, os seus militantes e os eleitos autárquicos estiveram presentes, foram determinantes e serão em defesa da manutenção das extensões de Centros de Saúde na Adémia, em Figueiró do Campo ou em S. João do Campo. Acções de luta que envolveram muitas centenas de utentes, quer através de subscrição de “abaixo-assinados” quer em acções reivindicativas nas ruas.
O Partido, em articulação com o Pelouro da CDU na Câmara de Coimbra, tem tido uma acção de relevo junto da população dos Bairros Sociais, exigindo a revogação da maléfica Lei da Renda Apoiada, a Lei 81/ 2014, que à luz da filosofia de que os mais pobres são perigosos e malandros, impunha aumentos brutais de rendas e criava mecanismos de facilitação de despejo ou de deslocação administrativa e forçada de arrendatários. Esta lei do governo Portas/ Passos Coelho que teve como progenitora a Senhora Cristas, foi já alterada, graças à própria luta de moradores e associações e no novo quadro político actual. O Partido esteve sempre presente no esclarecimento e no apoio aos moradores. Nas últimas semanas, ainda na passada 4.ª feira, o pelouro da CDU percorreu todos os bairros municipais esclarecendo estas questões, reunindo com mais de duas centenas de moradores.
Camaradas, o nosso Partido continua a exigir a reposição da circulação do Ramal da Lousã, inaugurado há mais de 110 anos e que foi encerrado em nome de um projecto sem viabilidade a que chamaram Metro Mondegoe onde foram despendidos bem mais de 100 milhões de euros. Na luta pela defesa ou reposição de outros ramais, da Pampilhosa-Figueira da Foz, com a modernização e electrificação das linhas, encerradas pelos governos do PS e PSD/CDS. Na defesa das linhas do Oeste e de Alfarelos. Pela extensão dos transportes públicos para todas as freguesias de Coimbra defendendo os SMTUC públicos e com financiamento do OE, mesmo quando, como já foi referido, muitos procuram desmantelar este serviço fundamental para a população de Coimbra, seja em nome de um metro que é só miragem, seja propondo em sua substituição a criação de uma empresa, como recentemente deputados do BE, incluindo o do círculo de Coimbra, sugeriam ao governo em pergunta que lhe colocaram a propósito deste serviço municipal!
Muitas outras lutas envolvem as populações, seja em Soure contra a exploração do caulino, seja em diversas partes pela reposição de freguesias.
Os comunistas no distrito de Coimbra lutam há muito pela conclusão da obra hidroagrícola do Baixo Mondego. Obra antiga e sem fim à vista, nas áreas dos rios Ega, Anços e Pranto. Pela defesa dos Baldios geridos pelos compartes, ao lado dos produtores de leite e de arroz, esmagados por preços baixos à produção e contra importações massivas das grandes superfícies.
E cá estamos na defesa do Ensino público e gratuito. Contra os novos ataques à Universidade Pública que, após o Processo de Bolonha e com a alteração do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, se vê agora perante a ameaça de passar a Fundação de direito privado. Um passo de gigante a caminho da privatização, com maior elitização do Ensino e desde logo a perda de direitos dos trabalhadores.
Os comunistas lutam contra as políticas de empobrecimento impostas por PSD/CDS também nas áreas culturais que levaram a cortes profundos na produção, a despedimentos e mais precariedade, a dificuldades impostas aos museus e ao Património, cuja situação não se inverteu com a nova redução orçamental em 2017 para a Direcção Regional da Cultura do Centro, nem tão – pouco com a inclusão do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova na famigerada lista do programa REVIVE. O novo Centro de Congressos ou o quer que seja este Convento de S. Francisco exige um modelo de gestão pública e transparente que potencie o trabalho de agentes culturais e não os aniquile. Temos ideias claras sobre este espaço, apresentámos propostas, de que destaco o acolhimento da colecção Miró. Denunciámos a situação de salários em atraso a trabalhadores de empresas que intervém no Convento. Nuvens negras pairam sobre S. Francisco.
Camaradas,
Neste ano, no Outono, haverá eleições autárquicas. A afirmação do projecto autárquico do PCP e da CDU, como grande força no poder local, constitui o eixo prioritário de intervenção política para as ções autárquicas. Estas eleições serão uma oportunidade para, pelo reforço da CDU, ver confirmada a confiança e reconhecimento das populações pelo nosso percurso de trabalho, honestidade e competência. Na afirmação e valorização do poder local democrático. Na defesa das populações e dos seus direitos. O nosso Congresso definiu o objectivo: “Concorrer no âmbito da CDU sob o lema “Trabalho, Honestidade e Competência” a todos os órgãos municipais e ao maior número possível de freguesias, a par do reforço da nossa votação e do número de eleitos, com reforço das presidências de câmaras municipais e de juntas de freguesias, constituem os principais objectivos para estas eleições.”
Aqui, no distrito também assim será. Por isso prestamos contas do trabalho realizado e com as populações prosseguimos o nosso trabalho, dando voz às suas reivindicações e propostas, trabalhando para o seu bem-estar.
No próximo dia 11 de Fevereiro, realizar-se-á na Casa da Cultura um Encontro Autárquico da CDU com eleitos e activistas.
Caros Camaradas,
A luta prossegue a vários níveis.
No ano do centenário da Grande Revolução de Outubro, e ainda estamos em Janeiro, é já feroz a luta ideológica que, contra a revolução que mudou o mundo, procura reescrever a história, não olhando a meios, a qualquer rigor histórico ou à mínima honestidade intelectual. Desenterram-se teses e factos forjados pelos círculos mais reaccionários, incluindo os que o nazismo de Hitler fabricou. A propósito, recorde-se que decorrem hoje, 27 de Janeiro, 72 anos sobre a libertação do campo de concentração de Auschwitz. Os comunistas comem de novo criancinhas ao pequeno-almoço e dão injecções atrás das orelhas dos velhos. A raiva, o ódio de classe é imenso. Ah, se é! É que “eles” sabem que é esta a gente que pela luta transforma o sonho em vida.
“Eles” sabem que os comunistas não se rendem. E sabem que aqui estão e estarão para edificar uma sociedade sem classes, no firme e determinado propósito de construir uma terra sem amos!
Viva o Partido comunista Português!”