Miguel Viegas deputado do PCP no Parlamento Europeu, acompanhado de vários dirigentes e eleitos locais do PCP, esteve reunido com produtores de arroz do Baixo Mondego, tomando contacto com a realidade num setor particularmente fustigado pelas políticas da União Europeia aplicadas com esmero pelo actual governo.
Este importante sector de atividade, responsável por uma área agrícola de regadio com cerca de 7000 hectares onde trabalham mais de 5500 pessoas grande parte dos quais a tempo inteiro, representa mais um paradoxo da política de direita que grassa em Portugal e na Europa. Temos um produto de grande qualidade reconhecida internacionalmente - o arroz Carolino - a União Europeia, onde apenas cinco países produzem este cereal, está longe da auto-suficiência, e contudo, o arroz é pago abaixo do custo de produção, não permitindo aos agricultores viverem do seu trabalho com um mínimo de dignidade.
Os problemas são muitos e diversos e só a inoperância dos sucessivos governos têm permitido o seu arrastamento, colocando entraves e impedindo o desenvolvimento de um setor que poderia dar muito mais ao país. Com efeito, a tutela, confrontada com a realidade, foi prometendo medidas de apoio aos prejuízos causados pelas pragas que provocaram quebras de 50% na produção. Prometeu campanhas de promoção do arroz nacional Carolino e planos de controle das importações de arroz que inundam as prateleiras das grandes superfícies sem qualquer garantia de qualidade e onde o arroz é vendido a preços irrisórios numa pratica de dumping à margem de qualquer legalidade.
Pela parte do PCP, esta questão levanta mais uma vez a exigência de uma ruptura com esta política e com este governo. Portugal precisa de um governo patriótico e de esquerda que valorize a produção nacional e crie condições para uma mais justa distribuição da riqueza criada. O baixo Mondego representa um potencial de produção que está muito longe de estar esgotado. Com um bom plano de emparcelamento, incluindo as prometidas obras de regadio, é possível criar ainda mais riqueza para o país e sairmos deste ciclo de dependência e subdesenvolvimento.