Células do Partido nos Locais de Trabalho em Coimbra - Sérgio Dias Branco
Nos Estatutos do nosso Partido, a célula de empresa ou outros locais de trabalho é descrita como “a organização de base do Partido,” “o seu alicerce”, “o elo fundamental da ligação do Partido com a classe operária, com os trabalhadores, com as massas populares,” “o suporte partidário essencial para promover, orientar e desenvolver a luta e a acção de massas.” Tal como as células nos seres vivos, a célula do Partido é uma unidade estrutural e funcional da nossa organização e orgânica. Unidade estrutural devido à sua natureza de classe, que organiza militantes comunistas onde trabalham. Unidade funcional porque apoia a intervenção do Partido, de acordo com o projecto de transformação social pelo qual lutamos. As células de empresa criam um espaço de cruzamento de perspectivas, de discussão e de intervenção, sobre as contrariedades, as reivindicações, e as aspirações no local de trabalho. A célula é uma estrutura de organização essencial para a mobilização efectiva e a luta concreta dos trabalhadores. Por isso, a criação e o fortalecimento destas organizações de base têm sido assumidas como tarefas determinantes do Partido.
Na Organização Regional de Coimbra, no seguimento da acção dos 5 mil contactos e dos objectivos definidos no âmbito do centenário do Partido, foram criadas células e foram responsabilizados camaradas por estas organizações de base. No distrito criaram-se 5 novas células, adicionadas às 7 que já existiam, e identificaram-se 7 possibilidades de novas células.
As células da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra e da Universidade de Coimbra recentemente criadas respondem a exigências colocadas nestes locais de trabalho. A célula da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra tem reunido regularmente e edita um boletim, o Contraponto, que já vai no quarto número. Constituída por professores, esta célula tem discutido os problemas do ensino artístico em Portugal e tem procurado aproximar-se de outros trabalhadores da instituição, com vista ao reforço do Partido. A necessidade da célula da Universidade de Coimbra foi-se impondo, desde logo devido à co-existência neste local de trabalho de camaradas organizados internamente no Partido na Administração Pública Central e no Sector Intelectual. O impulso da criação desta célula deveu-se em grande parte à intensa luta contra a passagem da Universidade de Coimbra a fundação de direito privado e pela sua manutenção e valorização como instituição pública. Esta célula tem respondido a desafios complexos no plano unitário, nomeadamente a eleição e a actividades da Comissão e das Subcomissões de Trabalhadores, combatendo a sua instrumentalização e o posicionamento anti-sindical. O recuo nas propostas gravosas para o novo regulamento de prestação de serviço docente da Universidade de Coimbra, depois da oposição da Comissão de Trabalhadores, que se seguiu à contestação do Sindicato dos Professores da Região Centro, é um exemplo da força dos trabalhadores unidos.
A prática demonstra que podemos construir Partido e aumentar a nossa influência mesmo em ambientes adversos, dependendo sobretudo da nossa recusa do sectarismo e do oportunismo e da nossa defesa inabalável dos interesses, dos direitos, e da dignidade dos trabalhadores. O funcionamento das células enfrenta sempre múltiplas dificuldades na organização, na intervenção, no trabalho unitário, mas são elementos vivos da luta justa que nos anima todos os dias. Concluindo: nas células e através das células fincamos os pés bem assentes numa realidade laboral marcada pela exploração e pela precariedade, e afirmamos que somos trabalhadores, que somos lutadores, que somos comunistas!