O PCP realizou uma série de visitas às zonas afectadas pelo furacão Leslie em Montemor, no Distrito de Coimbra. Depois de vários dias, que envolveram dirigentes locais e nacionais do partido, o deputado do PE Miguel Viegas e o secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, nos quais foi possível visitar instituições de solidariedade social, casas e zonas residênciais afectadas, estruturas e explorações agrícolas entre as quais a cooperativa agricola de Montemor-o-Velho, Ana Mesquita (deputada do PCP na Assembleia da República) visitou o Europaradise (zoo em Montemor).
Este local foi fortemente afectado, com inúmeras árvores derrubadas, algumas de grande dimensão, e com centenas de anos. Igualmente são bem visíveis os danos nas estruturas de alojamento dos animais. Apesar do esforço de recuperação, procurando proteger os mais de 400 animais ali existentes (sendo que alguns são raros e outros únicos no mundo em cativeiro), a verdade é que a viabilidade deste parque está ameaçada porque a dimensão dos prejuízos é demasiado elevada. Esta assim em risco a continuidade desta infraestrutura, com importância local e regional e com características únicas. Este é mais um exemplo, entre muitos outros que o PCP vem denunciado desde o dia do furacão, que necessitam de soluções imediatas e extraordinárias.
A delegação do PCP visitou os Viveiros de peixe “Peixe de Lavos” na Figueira da Foz.Os prejuízos nesta unidade ascendem a várias dezenas de milhares de euros, entre redes, alimentação e alimentadores, maquinaria e outras estruturas de apoio à produção. Parte significativa destes danos não estão cobertos por seguro. De igual forma foi possível constatar os danos verificados na unidade de pesca lúdica que esta empresa possui. A empresa continua a laborar, mas com dificuldades face ao conjunto de meios de apoio à produção destruídos.
O PCP continuará a acompanhar a prestar solidariedade e a lutar para que por inércia ou falta de vontade, todo um importante património natural, turístico, empresarial, agrícola e de intervenção social desapareça com o furacão Leslie.
O PCP reuniu com a Direcção do Grupo Desportivo Cova-Gala, na Figueira da Foz. Foi possível observar no local os vários prejuízos decorrentes da tempestade Leslie, designadamente, ao nível dos muros, vedações, iluminação, instalação eléctrica e arrumos. Foi-nos referido que, sem apoios, será muito difícil para este clube fazer face a todos os danos, que se estima serem na ordem de 130 mil euros. Com dificuldades, conseguiram apresentar esta estimativa nas 24 horas que tiveram para o efeito.
O GD Cova-Gala tem um importante papel na comunidade onde se insere, contando com 80 crianças nos escalões de formação e um total de 105 atletas. Destes, 90% são originários da localidade, o que diz muito do grau de implantação local. A verdade é que este clube dá resposta a muitas crianças e jovens que buscam a prática desportiva regular num contexto social em que existem muitas famílias com baixos rendimentos. A não existir o Cova-Gala, estas famílias muito dificilmente poderiam proporcionar aos seus filhos uma prática desportiva regular e o contacto com o desporto federado, uma vez que as alternativas são escassas ou mesmo nenhumas.
O direito ao desporto é fundamental para toda a população e, sobretudo, para as crianças e jovens, enquanto factor de formação da cultura integral do indivíduo. Assim, o PCP considera que têm de ser encontradas formas de apoio, nomeadamente, aos clubes e associações que desenvolvem e estimulam o desporto amador e que têm agora de fazer face aos estragos causados pela intempérie.
O PCP reuniu também com a Direcção do Agrupamento de Escolas João de Barros, onde pôde conhecer a dimensão dos danos causados nas várias escolas do agrupamento. A escola sede teve um pavilhão fortemente afectado, cujas placas sandwich recentemente colocadas terão de ser substituídas, a par da ocorrência de múltiplos vidros partidos e materiais que se encontravam no interior. A vedação e o gradeamento da escola foram também danificados. Das várias escolas do AE, apenas a EB1 do Viso não se encontra ainda a funcionar, tendo as 4 turmas sido encaminhadas para o centro escolar.
Estando as questões da reparação dos danos a seguir a sua tramitação normal, outras preocupações foram abordadas no âmbito da conversa com o PCP. Uma delas foi a notória escassez de auxiliares de acção educativa (assistentes operacionais). Segundo as contas apresentadas, faltam 13 auxiliares para que o rácio possa ser considerado como cumprido. No entanto, aos vários pedidos que a Direcção do AE foi fazendo apenas foi respondido que o rácio estava a ser respeitado, não faltando nenhum trabalhador para o seu cumprimento. A realidade das escolas demonstra o contrário.
Tendo em conta as trabalhadoras que estão na cozinha da cantina e as auxiliares do pré-escolar, bem como as baixas de longa duração, de funções reduzidas e aposentação, facilmente se verifica a impossibilidade de responder a todas as necessidades e sente-se a grande sobrecarga de trabalho nos ombros das auxiliares. Foi informado ainda que, apesar de o AE ter pedido tempos completos, apenas foi autorizada a contratação de 14 horas a tempos parciais.
Foram ainda relatadas dificuldades práticas na aplicação do novo regime jurídico da inclusão, havendo muitas dúvidas por parte dos professores e educadores, ficando também patente que seria fundamental a existência do reforço de meios humanos, materiais e financeiros, bem como de atempada e maior formação.
O PCP defende que a valorização da Escola Pública é vital para o progresso individual e colectivo, pelo que têm de ser encontradas as respostas para o seu regular funcionamento, garantido que é universal, gratuita, de qualidade e para todos.