O Hospital dos Covões foi designado hospital de referência para a Covid-19, com todas as valências (Urgência, Medicina Interna, Pneumologia, Reanimação, Cardiologia, TAC, RMN, Nefrologia, Hemodiálise, Laboratório) para o tratamento dessa doença, complexa e longe de ser apenas uma simples infecção respiratória. Este Hospital é fundamental para Coimbra e para a região centro e, com o surto epidémico as enfermarias desactivadas e camas fechadas foram reactivadas e mostraram-se fundamentais.
Este é mais um passo num longo processo de esvaziamento e a desvalorização das diversas valências médicas e cirúrgicas do Hospital dos Covões - levadas a cabo pela Administração do CHUC.
O PCP sempre alertou para os efeitos nefastos da fusão dos hospitais de Coimbra.
Em Abril de 2019, o serviço de pneumologia foi formalmente extinto, deixando de ter direcção própria e passando para a alçada da Pneumologia dos HUC. Em Julho de 2019, foi confirmada “a diminuição de lotação do internamento de Pneumologia no Hospital Geral (Covões)”, resultando na concentração de camas de internamento nos já sobrelotados HUC.
Tal como já sucedeu no passado e ainda sucede, a razão invocada foi a necessidade de dispor de “apoios multidisciplinares e diferenciados para doentes mais complexos” – que existiam no Hospital dos Covões até terem sido fragmentado ou mesmo eliminados pela Administração do CHUC.
Este tem sido o curso habitual para forçar o processo de fusão e subdimensionamento das unidades que integram o CHUC, que tanto tem contribuído para o congestionamento dos serviços do pólo HUC e que prejudica significativamente a acessibilidade das populações aos serviços públicos de saúde.
É imperioso revitalizar o Hospital dos Covões, travar imediatamente o desmantelamento de Serviços e de reverter o processo de fusão do CHUC, processo este que tem facilitado a instalação dos grupos privados de saúde em relação inversamente proporcional à redução da capacidade de resposta do SNS.