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Desbastam-se as margens do Mondego, junto à Portela, em operações de grande envergadura, sem que se conheçam as razões - uma limpeza de entulho não justifica a dimensão da intervenção que remove grande parte do coberto vegetal.

Eis senão quando um órgão de informação levanta a ponta do diáfano manto que encobria tal actividade - consta que seria a localização ideal para um campo de golfe, ideia ventilada há mais de vinte anos.

A bem da necessária transparência dos actos, tal questão foi levantada pelo vereador da CDU, em sede de executivo municipal, alertando, entretanto, que esta opção seria, no mínimo, insensata, já que situando-se a montante da captação de água que abastece a cidade, na estação da Boavista, esta seria afetada pelo elevado consumo de água e pela utilização intensiva de fertilizantes químicos, exigida por tais equipamentos.

Puxada a ponta do diáfano manto da fantasia, a nua verdade começa a ser revelada, o titular do pelouro do urbanismo (e do desporto) jura que esta localização do campo de golfe não é novidade nenhuma e que a bem do interesse da aspiração de muitos conimbricenses (insuspeitada, digo eu, que sempre vivi em Coimbra) que há décadas ansiavam pela construção de um campo de golfe e logo ali,  não fez mais do que encetar reuniões com a Federação Portuguesa de Golfe e, como não, com  um conhecido “enterpreneur” e comentador conimbricense, com interesses na restauração e no imobiliário, curiosamente detentor, por interposta empresa, de um campo de golfe em zona turística privilegiada da cidade.

Ainda que não tenha explicado o arraso que a vegetação ali sofreu.

Ao que parece tal assunto era mesmo novidade, ou pelo menos um exclusivo de tais pelouros, desde logo porque presidente do executivo cuidou de, cito, pôr “um travão na ideia e diz que é prematuro falar da instalação de um campo de golfe ali”.

Deixou claro que não conhece nenhum pedido de informação prévia para a área sujeita a desbaste, nem conhecimento de interessados em campo de golfe e que vê a localização pretendida com apreensão, atento os perigos sanitários.

Eis senão quando, o protocandidato a presidente da Câmara Municipal de Coimbra pelo PSD, em estertor de independência, vem abrir, como de costume, as portas à viabilização do potencial negócio, concordando com a ingente necessidade de um campo de golfe para Coimbra, desde que, cito, “no mínimo, haja um estudo de impacte ambiental e uma análise de risco-benefício à sua localização”, o que como todos sabemos é obstáculo intransponível.

Continuando sem saber que razões justificam a instalação de um novo campo de golfe em Coimbra, desde logo porque pelas módicas quantias de entre 290 a 740€ anuais qualquer cidadão pode usufruir dessa prática no que já existe, explorado pelo tal empreendedor.

Vem-me à memória a urgência da adjudicação da construção de um Complexo Desportivo Integrado (e sua exploração) com a contrapartida da cedência ao município de um Centro Olímpico de Ginástica, votada numa primeira fase, em 2018, com a abrangência de apoios que, agora, se anteveem e que tanto quanto se conhece desapareceu do horizonte, depois de constar que o que era proposto nunca teria capacidade olímpica, apesar de, esta sim, ser uma real aspiração dos praticantes de ginástica de Coimbra.

Mas haja esperança. Há quem se preocupe com os espaços florestais de Coimbra e a sua conservação e manutenção.

Ainda que sem deputados directamente eleitos pelo distrito de Coimbra, o PCP não esquece a cidade e os interesses dos seus habitantes.

No passado dia 10 de Março o PCP fez entrega na Assembleia da República dois requerimentos dirigidos ao Ministério do Ambiente e Ação Climática questionando esta entidade sobre as Matas de Vale de Canas e do Choupal, espaços relevantes para a saúde, lazer e recreio dos conimbricenses em geral e de quem visita a cidade.

O estado geral da Mata de Vale de Canas apresenta sinais preocupantes de abandono e deterioração. Algumas das estruturas existentes estão ao abandono e completamente degradadas, a Casa de Fogo, viu o telhado semidestruído e nunca recuperado.

As placas e painéis informativos estão, em geral, danificadas, sem informação, restando apenas os suportes. Os mapas colocados, com o desenho e identificação da Mata, há muito que desapareceram bem como a identificação de espécies, aves, répteis e outros, também ausentes ou ilegíveis. Não há qualquer sinalética para localização e identificação da Árvore Monumental, a mais alta da Europa.

O jardim de entrada da Mata de Vale de Canas está também ao completo abandono, sem manutenção e, devendo ser uma espécie de sala de visitas, mais parece um matagal. A instalação de um “jardim de plantas aromáticas” não teve qualquer manutenção, restam os canteiros, umas pequenas placas de madeira em que os textos desapareceram há muito.

Os caixotes para lixo estão partidos e também sem qualquer aparente manutenção e recolha dos lixos.

No Parque de Merendas e noutros locais com mesas também o abandono é evidente, sendo que os pontos de água aí instalados estão inativos.

Para a Mata do Choupal, foi anunciado no passado dia 10 de Fevereiro, um Plano de Recuperação da Mata em zonas afetadas pela tempestade “Leslie” ocorrida em 2018, com obras a decorrer de Fevereiro até ao final do mês de Março de 2021, três anos, três, depois do desastre.

Na apresentação do Plano foi afirmado que seriam plantadas, ao todo, 10 espécies folhosas autóctones que não foram detalhadas. Foi também informado que iria ocorrer o corte de árvores com “copas muito frondosas”, não se percebendo se se trata de espécimes afetados pela tempestade, ou se tal abrange também árvores sãs. Foi ainda anunciado que seriam recuperados 4,5ha de caminhos.

No entanto, a Mata Nacional do Choupal apresenta ainda outras necessidades de recuperação para além das que estão identificadas como sendo resultado da tempestade referida. O valor referido para realização da obra, 98.100€, é muito escasso para todas as necessidades conhecidas de recuperação da Mata.

Pergunta o PCP :

Os maiores incêndios rurais que ocorreram na Mata Nacional de Vale de Canas foram, como é conhecido, provenientes do exterior. No entanto, o PGF da Mata não prevê ações para o ano de 2021. Está prevista alguma ação de redução da carga combustível para este ano, em particular nas suas extremas?

Se está prevista, e para quando, a reposição da sinalética e painéis informativos na Mata, nomeadamente no Jardim de entrada e da Árvore Monumental, a mais alta da Europa.

Para quando, a recuperação do telhado da Casa do Fogo, dos bancos,mesas e demais mobiliário, bem como dos pontos de água e do Jardim de entrada?

Que tipo de árvores vão ser abatidas na Mata do Choupal? As que irremediavelmente o têm de ser por ação da tempestade ou também outras que eventualmente estão saudáveis?

Quais as espécies florestais que efetivamente vão ser plantadas?

Foi anunciado que seriam recuperados 4,5ha de caminhos. Dado que os caminhos têm naturalmente larguras diferentes, quantos metros ou quilómetros de caminhos serão beneficiados?

O valor da obra previsto é muito escasso para a recuperação que a Mata necessita. Está prevista alguma outra obra de recuperação que a Mata do Choupal tanto exige ?

A existir como e onde  pode ser consultado o Plano de Recuperação?

Perguntamos nós eleitos pelo PCP, aqui nesta Assembleia Municipal de Coimbra, ao executivo municipal na pessoa do senhor vereador do ambiente, por que razão estas matérias não constituem prioridade para a sua intervenção, mais preocupado que está, ao que parece, com os interesses comerciais e de lazer de uma elite.

Que tipo de medidas tomou ou tomará para secundar, apoiar e reforçar a iniciativa do PCP, tendo em consideração a sua relevância para a cidade?

Que tipo de medidas tomou ou tomará para que não só as respostas pretendidas, mas também as acções que se impõem ao Governo, sejam céleres e eficazes?

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