PCP rejeita localização da nova maternidade
A decisão do Governo de inserir a Maternidade no perímetro dos Hospitais da Universidade de Coimbra é errada. O PCP tem vindo a alertar que sucessivas agregações levaram à excessiva concentração de serviços e valências no polo central dos HUC, o que tem reduzido a capacidade de resposta dos cuidados de saúde em Coimbra.
A concentração excessiva de serviços no Bloco Central dos HUC, espaço já de si muito sobrecarregado e de acessos muito congestionados, também tem afectado a capacidade de resposta dos serviços.
O PCP reafirma a defesa da construção de um serviço de obstetrícia e neonatologia em Coimbra, moderno que abarque o número de partos das actuais maternidades, junto ao Hospital Geral dos Covões - que nesta pandemia se confirmou mais uma vez como unidade de excelência, capaz de prestar cuidados diferenciados - equipado com as especialidades próprias de um hospital central que se articulem com as exigências de apoio à Maternidade.
Até a construção de raiz da maternidade, o PCP reafirma a urgência de realizar, nas duas maternidades existentes, as intervenções e as obras de beneficiação urgentes que travem, desde já, a sua degradação. Urge modernizar as instalações e serviços, assegurar a qualidade e a segurança, suprir a carência de médicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos e outros técnicos, dando aos profissionais todas as condições que permitam assegurar a sua actividade e o exercício pleno das suas funções.
Os sucessivos governos PS, PSD e CDS degradaram a capacidade dos serviços de saúde em Coimbra. A falta de investimento é transversal e levou à degradação dos cuidados de saúde primários e ao encerramento de muitas unidades de proximidade. A fusão dos Hospitais de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, como o PCP denunciou, resultou na degradação dos serviços, no desmantelamento de equipas multidisciplinares e na perda de valências e capacidade
Opções de favorecimento ao negócio privado da doença, em expansão na região de Coimbra, não está desligada dos sucessivos ataques levados a cabo ao SNS. O financiamento pelo Estado aos privados é inaceitável, retira recursos ao SNS e faz com que, na prática, os investimentos que se têm realizado pelos grupos privados, sejam feitos à custa do Orçamento do Estado. É preciso acabar com o saque por parte do negócio da doença. Por cada valência encerrada no serviço público, abre resposta correspondente no serviço privado, cujo propósito de acumulação de riqueza não é compatível com a defesa da saúde pública, de qualidade e acessível a todos.
O PCP continuará a bater-se pela defesa dos serviços públicos de saúde, pela reversão da fusão dos Hospitais de Coimbra, pela valorização do Hospital dos Covões e pela construção de um serviço de obstetrícia e neonatologia em Coimbra, junto ao Hospital Geral dos Covões.