Defender a região e os trabalhadores
A situação que se vive nos
Estaleiros Navais do Mondego (ENM), é sintomática no que se refere à
política dos Governos e dos seus agentes, que não só trouxeram o Pais
até à actual situação de descalabro económico e social, como continuam a
persistir em opções que nada têm a ver com as necessidades da região e
dos trabalhadores dos ENM.
Sustenta o PCP esta opinião tendo em conta a “incompreensível” atitude
da entidade gestora da área marítima onde estão instalados há muitas
décadas os ENM, que está a impedir a solução existente e que permitiria
aos ENM arrancar de imediato com a sua laboração preservando os postos
de trabalho e pagando inclusivamente passivos na ordem dos 200 mil
euros.
Tal atitude vinda de uma entidade que, segundo os próprios, representa o
Estado é premeditadamente criminosa. Tanto mais que, tudo parece
indicar a intenção de fazer caducar o Alvará de construção e reparação
Naval, o que beneficiaria o actual desmantelamento e sucata que
“miraculosamente” surgiu no espaço físico da ex-Naval Centro e que
provalvelmente gostaria de expandir a sua actividade até às instalações
dos ENM.
Substituir uma actividade estratégica para o País e para a região por
uma actividade secundária, como é o da sucata (que nos lembra outros de
má memória) não é aceitável, seja qual for o ângulo segundo o qual se
analisa a questão.
Defender os ENM, o seu passado e o conhecimento especializado adquirido
pelos seus trabalhadores, terá de ser um desígnio da cidade da Fig. Da
Foz e uma opção estratégica nacional.
Quem por acção ou omissão permitir que se concretize este crime de
LESA-PÁTRIA – o desaparecimento desta importante unidade - mais tarde ou
mais cedo terá de ser responsabilizado.
A Comissão Concelhia da Fig. da Foz do PCP
Maio de 2012