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Encerramento de escolas

Mais desertificação do Interior e do Concelho de Arganil

A Comissão Concelhia de Arganil do PCP analisou os efeitos do anunciado encerramento de cerca de 900 escolas do 1º Ciclo do ensino básico com menos de 21 alunos e de dezenas de Jardins de Infância. Neste grupo incluem-se, numa primeira fase, Folques, Pomares, Secarias, que irão juntar-se às de Maladão, Rochel, Sarnadela, Pisão e Vila Cova de Alva, encerradas em 2006, quando anunciou o encerramento de cerca de 4500. Esta decisão constitui um profundo desprezo pelos direitos dos alunos, dos pais e professores e serão certamente um contributo decisivo para que, em vastas regiões do interior do país, se acelere a desertificação humana.

Opções economicistas condicionam vida das crianças

O que está na origem desta decisão são opções economicistas e elitistas, que acentuam a tendência obsessiva deste governo de encerrar serviços públicos. Deslocam-se milhares de crianças do seu espaço natural, onde têm as suas raízes, os seus amigos, o seu espaço de brincadeira, o convívio familiar. Muitas delas sairão de casa cedo e regressarão tarde, sem qualquer espaço de tempo para o convívio, nomeadamente o familiar, sem tempo para o estudo. Passarão 10 ou mais horas fora de casa, vivendo uma parte desse período diário em espaços por vezes de difícil enquadramento.

Inaceitável ataque aos Serviços Públicos

É inaceitável que este governo PS continue a tomar decisões, que alteram o dia a dia das pessoas, sem debate democrático sem envolvimento das autarquias e das populações, sem incluir as comunidades educativas. Estranha concepção de democracia de quem se esconde por detrás de uma maioria, conseguida exactamente com promessas eleitorais contrárias às medidas que hoje estão a tomar.
Fecham-se as escolas porque têm poucos alunos, fecham-se as urgências dos centros de saúde, porque são poucos os doentes que as utilizam, acabam-se com carreiras dos transportes públicos de passageiros em alguns lugares porque não dão lucro. O encerramento da única escola numa determinada freguesia, em muitos casos significa o desaparecimento do único pólo cultural dessa freguesia, promove a saída dos casais jovens e dos seus filhos, que procurarão outras regiões para viverem, interrompe o diálogo intergeracional fundamental para manter a identidade cultural de um povo, perde-se um espaço de memória e de animação, fundamental para aumentar a auto-estima das populações. 

É Preciso Lutar! É Preciso dizer Basta!

Só a união e luta das populações pode travar estas medidas do Governo PS. É preciso exigir, no plano nacional e no plano autárquico, o respeito pelos direitos das populações. Os custos destas medidas são elevados, quer no plano económico, quer na gestão do território se tivermos em conta os custos da desertificação. Estas medidas que deitarão por terra todos os esforços para integrar e fixar as populações nas zonas rurais. O encerramento de escolas, sem ter em conta o país real, apenas conduzirá ao aumento dos custos com os transportes escolares e alimentação, custos já hoje incomportáveis para muitas autarquias.

A educação é um direito essencial para o desenvolvimento do País, não pode ser encarada como uma despesa!

A População de Arganil pode contar com o PCP
na Luta em Defesa das Escolas!

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