A proposta do PCP para reverter a fusão dos Hospitais de Coimbra foi rejeitada com os votos contra dos deputados do PS e a abstenção da IL.
Devolver a autonomia ao Hospital dos Covões (Centro Hospitalar de Coimbra) e garantir o direito ao acesso a cuidados de saúde de qualidade foram temas em debate no Parlamento, suscitados por uma petição onde os seus cerca de 4500 signatários apelavam à concretização daqueles dois objectivos. Projectos de resolução do PCP e do BE com o mesmo intuito estiveram igualmente em apreciação, vindo a ser chumbados, dia 2 de Dezembro, pelos votos negativos do PS, com a abstenção da IL.
Para o PCP, que desde a primeira hora se opôs à fusão dos HUC, do CHC e do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra no CHEC, o que resultou deste processo foi a «redução de serviços e falências hospitalares», com o simultâneo benefício das «entidades privadas prestadoras de cuidados de saúde».
Disse-o o deputado comunista João Dias, sublinhando que a comprová-lo está a «multiplicação de oferta de serviços privados na região, promovidos por grandes grupos económicos, ao mesmo tempo que se assiste à degradação dos hospitais públicos».
Do Hospital dos Covões, abrangendo cerca de 800 mil utentes, foram retirados «serviços nucleares», com a consequente desarticulação de equipas com «grande experiência clínica», a que se juntou o fecho do serviço de urgência à noite e aos fim-de-semana, censurou João Dias, inconformado com este esvaziamento, enquanto, por outro lado, os HUC «ficaram sobrecarregados», com «longas filas da urgência ou listas de espera engrossadas».
Daí que a reversão do processo de fusão dos oito hospitais de Coimbra integrados no CHUC seja para o PCP uma necessidade imperiosa, tal como o é a urgente intervenção nas maternidades de Coimbra e a construção de um serviços de obstetrícia e neonatologia, e, bem assim, a «dotação nas unidades hospitalares de trabalhadores, meios materiais e financeiros adequados à prestação de cuidados de saúde de qualidade».