No passado dia 18 Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu, acompanhada de uma delegação do PCP, visitou o concelho de Coimbra, começando com uma acção de contactos com utentes e trabalhadores do Centro de Saúde Norton de Matos, e residentes neste bairro. Foi reafirmada a necessidade de reforço imediato do Serviço Nacional de Saúde, em mais meios materiais e humanos, pela defesa da saúde de proximidade, por um médico e enfermeiro de família por cada utente, entre muitas outras reivindicações presentes nas propostas entregues pelo PCP na discussão do Orçamento do Estado.
Reunimos ainda durante a manhã com dirigentes e delegados sindicais e trabalhadores dos SUCH (Serviços de Utilização Comum dos Hospitais) onde foram denunciados vários atropelos aos direitos destes trabalhadores, com uma política de baixos salários, falta de pessoal, sem progressão na carreira, onde reina a precariedade. A SUCH recorre a várias estratégias para perpetuar a precariedade, desde o recurso a outsourcing e compras directas, até à não contratação de trabalhadores durante as férias do pessoal, o que origina não só uma evidente sobrecarga de trabalho, como também a degradação dos serviços prestados. Trabalhadores que sendo também profissionais da saúde, não são assim considerados, privando-os de direitos que lhes são inerentes (apenas são considerados profissionais da saúde, quando se trata de intensificar a exploração), como por exemplo a disponibilização de adequados equipamentos de protecção individual e a falta de testagem de pessoal, mesmo quando em contacto directo com casos positivos de Covid-19, ou mesmo no acesso à vacina da gripe. Foram também levantados vários problemas, relativos aos equipamentos obsoletos em uso no que refere à alimentação, os locais de vestuários e balneários demasiado pequenos para a dimensão dos HUC e sem condições, bem como a limpeza quase inexistente, cuja responsabilidade os SUCH tentam também empurrar para os trabalhadores de outros sectores, escondendo a evidente falta de pessoal. O aumento dos resíduos, por via da Covid-19 não foi acompanhada do devido aumento do pessoal, nem dos meios materiais para dar resposta à nova situação. O PCP realçou que as respostas que os trabalhadores precisam, passam pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, pelo aumento geral dos salários, pelo reforço do SNS em meios materiais e humanos, pela integração destes trabalhadores na carreira, que lhes permita progredir e terem associados os direitos inerentes aos trabalhadores do SNS.
Durante a tarde teve lugar uma reunião com a Associação Portuguesa das Indústrias Cerâmicas e Cristalaria (APICER), onde foram discutidas as dificuldades deste sector, bem como os constrangimentos colocados pela Covid-19, que agravou os problemas já existentes, deixando algumas pequenas e médias empresas em risco de fechar, e deixando também os trabalhadores numa maior precariedade. O PCP realçou as medidas que tem apresentado de apoio às Micro, Pequenas e Médias empresas que poderiam responder à crise, valorizando o trabalho e potenciando o desenvolvimento económico do País. Foram também colocadas preocupações com o peso que a energia tem no orçamento global das empresas, problema para o qual o PCP tem vindo a alertar, com propostas concretas de redução dos custos da energia, nomeadamente através da redução do IVA de 23% para 6%, o que representaria um avanço significativo para milhares de MPME’s (Micro Pequenas e Médias Empresas) em Portugal.
A visita terminou com uma Tribuna Pública em frente à Estação Nova, contra o encerramento desta Estação, onde foram discutidos também outros problemas da ferrovia, como a necessidade da reposição dos ramais da Lousã e da Pampilhosa e sua electrificação, ajuste de horários, e o investimento neste meio de transporte essencial ao País. Esta iniciativa contou com a presença de Francisco Queirós, vereador do PCP na Câmara Municipal de Coimbra, que relembrou que esta é uma luta de sempre do PCP, da qual não abre mão, em defesa da mobilidade, em defesa do Ambiente e contra a especulação imobiliária que está nas causas estruturantes das tentativas de encerramento desta Estação centenária. O PCP não abre mão desta luta e estará sempre ao lado da população na luta pela ferrovia e na luta pela dinamização da Baixa da Cidade.