FÉRIAS FORÇADAS COM SALÁRIOS EM ATRASO
A administração da INSIEME, afixou um papel a 22 de Abril transmitindo que as trabalhadoras das duas empresas entravam de férias até 2 de Maio, sem pagar o salário referente a Março e com o mês de Abril a chegar ao fim. As operárias têxteis confrontadas com as férias forçadas, concentraram-se à porta da empresa em luta pelo pagamento dos salários e subsídios em atraso.
A situação não é nova, as trabalhadoras da SANTIX têm atrasos nos pagamentos dos salários e subsídios desde 2012. A empresa comprometeu-se com um plano de pagamento faseado de 50 euros mensais que não cumpre há 2 meses. Este compromisso apenas terminaria em 2017. Em dívida está também parte do subsídio de 2014.
EXIGIR CLARIFICAÇÃO
SOBRE GESTÃO DA EMPRESA
A constituição da INSIEME tem contornos pouco claros. Foi formada com o acordo da proprietária da Santix, Filomena Alvarez, pelo contabilista da SANTIX, António França, com um sócio, José Afonso. O objectivo inicial da empresa parece ter sido poder beneficiar de apoios do Estado e Europeus a que a Santix não teria acesso devido às dívidas à Segurança Social.
A proprietária da SANTIX terá transmitido às chefes de linha que estaria tudo assegurado com os administradores da INSIEME e que estes passariam a ser os responsáveis pela gestão, tendo abandonado a empresa sem dar uma explicação directa a todos os trabalhadores. Se já antes havia uma grande incerteza sobre o futuro da empresa, a situação complicou-se ainda mais com a alteração da gestão, percebendo-se que começava a haver desentendimento entre a anterior e a actual gestão.
Neste recente processo de luta, confrontados pelos operários, os proprietários da INSIEME descartaram responsabilidades sobre os trabalhadores da SANTIX.
As trabalhadoras relatam falta de clareza na estrutura de gestão da empresa, neste momento até ditos “vendedores ou angariadores de trabalho” Espanhóis também dão ordens aos trabalhadores. São relatados vários casos de assédio moral.
TRABALHADORES EM DEFESA
DOS POSTOS DE TRABALHO E DOS DIREITOS
Neste corajoso e honroso processo de luta, durante o seu período de férias, as trabalhadoras decidiram melhorar a sua capacidade de organização, elegeram uma comissão de luta e indigitaram um delegado sindical para as representar nas negociações com as entidades patronais.
Nos dias 28 e 29 de Abril houve reuniões entre a proprietária da Santix e os proprietários da Insieme para decidirem sobre o futuro das empresas. Na sexta feira (29), por exigência dos trabalhadores, houve uma reunião entre a comissão de luta eleita, o sindicato e a patroa da Santix. No final a comissão e o sindicato informaram os trabalhadores, que a proprietária da Santix reassumiria a gestão, no entanto, não dava garantias quanto às exigências dos trabalhadores. Afirmando “que é preciso acreditar”.
O pagamento do salário de Março, como condição para iniciar o trabalho.
Garantia de pagamento do mês de Abril brevemente.
Calendarização do pagamento da dívida aos trabalhadores
Clarificação da situação da empresa de forma a garantir os postos de trabalho com estabilidade e a honrar os compromissos com os trabalhadores.
TRABALHADORAS DA INSIEME E DA SANTIX
A MESMA LUTA
O PCP expressa a solidariedade com todos os trabalhadores destas empresas, apelando a que mantenham a unidade nesta luta, em torno da comissão de luta e do sindicato.
Reafirmamos que podem contar com o PCP na defesa dos vossos postos de trabalho. Informamos que o PCP já interveio na Assembleia Municipal de Coimbra no sentido de que a Câmara de Coimbra se empenhasse na defesa desta importante empresa do concelho de Coimbra.
O PCP questionará também o Governo, através do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República.
