Uma delegação da Direcção da Organização Regional de Coimbra reuniu esta semana com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. O objectivo da reunião, a pedido do PCP, foi de aprofundar o conhecimento da situação das unidades que compõem o centro hospitalar. Partindo das grandes preocupações e objecções do PCP com as consequências da fusão dos Hospitais da Região de Coimbra, a delegação do PCP colocou questões sobre encerramentos de serviços e sobre as condições de trabalho nas estruturas do Centro Hospitalar.
Tal como o PCP sempre alertou, durante a reunião foi possível confirmar que o efeito cumulativo da fusão dos hospitais com muitos encerramentos de serviços de proximidade na região centro potenciou picos de procura nesta unidade.
A delegação do PCP não deixou de sublinhar que, neste contexto, o desmantelamento do Hospital dos Covões, a concentração de serviços no Hospital Universitário de Coimbra tornou inevitável a sobrecarga, criticando o encerramento do serviço de urgência nocturna e da unidade de cuidados intensivos, ambos no Hospital Geral dos Covões.
Confirmou-se que ainda se aguardam os resultados de uma análise à fusão feita por uma unidade de missão. O facto de ainda não existirem resultados confirma a inexistência de estudos necessários para fundamentar a fusão, que o PCP sempre denunciou, o que, tratando-se de uma fusão de 3 centros hospitalares, fazendo que a dimensão do processo não encontre paralelo a nível nacional, sublinha o carácter irresponsável das decisões tomadas.
Apesar de todos estes problemas, a Administração confirmou que a missão que recebeu da tutela é a de continuar e aprofundar o processo de fusão e de transformação do Hospital Geral dos Covões, opção que o PCP criticou e continuará a combater.
Na reunião foi possível confirmar o atraso na decisão do Governo sobre a construção da nova maternidade. O PCP expôs preocupações com a concentração de serviços nas maternidades, recebendo com agrado a confirmação de que o encerramento da Unidade de Cuidados Intensivos neo-natais foi temporário.
Sobre as condições de trabalho nas unidades, a administração manifestou a intenção de regularizar os horários que sofreram alterações durante o combate à COVID-19.
A necessidade de uma forte aposta nos cuidados de saúde primários foi também abordada, como forma de melhorar a capacidade de resposta do SNS e aliviar a necessidade de resposta em termos hospitalares. A intervenção do PCP tem-se pautado pela reabertura das extensões e centro de saúdes encerrados. Veja-se a recente pergunta ao Governo acerca da necessária reabertura do centro de saúde de Brasfemes, ou as contínuas intervenções pela necessidade da existência de médico e enfermeiro de família para todos os utentes.
O negócio privado da doença foi também apontado como sorvedouro dos recursos públicos, canalizando-os para a acumulação de riqueza e não para a prestação de um serviço público essencial à região e ao País. O crescimento deste negócio à medida que se desinveste no SNS parte de uma estratégia concertada, que o PCP continuará a combater.
O PCP continuará a bater-se pela saúde em Coimbra, pelo Hospital dos Covões, pelo reforço e valorização das maternidades, em defesa da saúde mental e do Hospital Psiquiátrico Sobral Cid, pelos cuidados primários de saúde e pela dignificação das carreiras dos profissionais de saúde, cujas condições de trabalho são pedra basilar do sucesso dos cuidados de saúde prestados pelo SNS.