Ocorreu esta semana a sessão pública pela reversão da fusão dos Hospitais de Coimbra, que contou com a presença da deputada do PCP à AR, Ana Mesquita. Esta sessão que teve lugar na praça 8 de Maio em Coimbra, contou a presença de dezenas de participantes que contribuíram para a discussão, dando o seu testemunho. Estiveram também presentes dois movimentos que enriqueceram o debate, o Movimento de Utentes de Serviços Públicos (MUSP) e o Movimento +Saúde.
Da sessão foi possível concluir que a única forma de proteger o Serviço Nacional de Saúde é com o desenvolvimento da luta dos trabalhadores e do povo português pela defesa e reforço do SNS. Luta que tem sido prosseguida, e que fez com que o Centro de Saúde Militar abrisse portas para acolher doentes Covid, depois do PCP confrontar o Governo por mais que uma vez, com a necessidade de utilizar a capacidade instalada do SNS no combate à pandemia. Luta prosseguida também pela manutenção da urgência nocturna no Hospital dos Covões, que faz falta ao SNS, alivia a sobrecarga dos Hospitais da Universidade de Coimbra e presta um serviço indispensável à população. Luta também pelos cuidados de saúde primários, que têm vindo a ser desmantelados e que prestam um serviço essencial na prevenção e acompanhamento. Luta pela criação de uma unidade de cuidados continuados e de reabilitação (UCCR) nas instalações do antigo Hospital Psiquiátrico do Lorvão e a sua integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Luta também pelo reforço das Maternidades, contra processos especulativos, cujo esvaziamento da Maternidade Bissaya Barreto é um objectivo do grande capital, que continuaremos a combater. Luta pela reversão da desastrosa fusão dos Hospitais de Coimbra no megalómano CHUC, que potenciou a sobrecarga de serviços, a degradação das condições de trabalho, o encerramento de valências e abriu caminho ao objectivo de esvaziamento do Hospital dos Covões.
São muitas as lutas para concretizar o direito à saúde. Lutas que foram discutidas nesta sessão, a par da identificação da degradação de serviços e de encerramentos sucessivos no Hospital dos Covões, como trouxe a debate o vereador da CDU Francisco Queirós. Encerramentos inseparáveis da expansão do negócio privado da doença, que vai abrindo unidades de saúde lado a lado com Hospitais Públicos, oferecendo as valências que o público encerra. Importa relembrar que os objectivos de acumulação de riqueza do negócio da doença são incompatíveis com o direito constitucional à saúde.
Pelos trabalhadores dos serviços de saúde foram-nos trazidas as dificuldades de quem estando há mais de um ano no combate à pandemia, se vê sem condições de trabalho, sem direito a tempo para família e sem uma valorização salarial digna. É urgente valorizar o trabalho e os trabalhadores da saúde!
O PCP continuará a bater-se na defesa do SNS e agendará a discussão do seu projecto de resolução pela reversão do processo de fusão dos CHUC, comprometendo-se a não abrir mão da luta pelo direito à saúde e pela valorização dos seus trabalhadores.