

Uma delegação do PCP reuniu com a Direcção da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Oliveira do Hospital, levando as suas propostas em defesa do Serviço Nacional de Saúde e dos cuidados de saúde de proximidade.
Nesta UCSP existem cerca de 4200 utentes sem médico de família. Existem várias freguesias sem extensões de saúde. São graves as situações de algumas extensões de saúde. O encerramento da extensão de Bobadela parece ter-se tornado permanente. A extensão de saúde de Nogueira do Cravo, encontra-se encerrada por não ter médico, nem enfermeiro, nem administrativo. A extensão de saúde de Alvôco das Várzeas tem o funcionamento condicionado após a aposentação do médico.
O encerramento do Serviço de Atendimento Permanente no período nocturno e aos fins-de-semana em 2017, resultou no seu encerramento permanente. Este encerramento e o seguinte protocolo com a Fundação Aurélio Amaro Diniz, que passou a prestar este serviço, fez com que se perdesse a possibilidade de referência para o INEM, sendo os utentes encaminhados para Arganil, Seia ou Coimbra em caso de emergência médica, com evidentes prejuízos para as populações.
À parte da necessidade de mais trabalhadores no Serviço Público, existem também necessidades em termos de infra-estruturas que importa identificar, para a sua melhor resolução, sendo que o edifício sede do Centro de Saúde não reúne já a condições para o serviços que presta.
Estes problemas são sintomáticos do desinvestimento que se tem vindo a sentir no SNS, sendo que as populações de Oliveira do Hospital são duplamente penalizadas pela interioridade.
O caminho passa pelo investimento no Serviço Nacional de Saúde, permitindo a abertura para a contratação de mais trabalhadores, sejam médicos, enfermeiros, assistentes técnicos ou operacionais que possam dar resposta às necessidades reais das populações. É imprescindível que o Governo dê resposta às vagas requisitadas pelo ACES PIN e que são essenciais para um melhor funcionamento das várias unidades de saúde. Só se conseguirá fixar profissionais valorizando as suas carreiras e os salários.
É na defesa do SNS, rejeitando as lógicas do negócio privado da doença, que está a solução para garantir o direito à saúde da população de Oliveira do Hospital.
O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) tem vindo paulatinamente a dificultar as linhas de contacto entre utentes e o CHUC, tornando bastante complexa a marcação ou alteração de exames e consultas. Esta situação, já identificada anteriormente, agravou-se com a epidemia Covid-19, causando naturais constrangimentos a doentes com patologias não-Covid.
Estas dificuldades não estão desligadas na fusão dos Hospitais de Coimbra, que resultou, tal como o PCP alertou, no encerramento de serviços, na degradação dos serviços existentes por sobrecarga dos trabalhadores e na deterioração generalizada dos serviços prestados. Simultaneamente vimos crescer em Coimbra o negócio privado da doença, dando por vezes “resposta” a especialidades que acabavam de fechar no SNS, denunciando uma estratégia concertada.
Adicionalmente, lamenta-se que os recursos humanos do CHUC apenas funcionem durante o período da manhã, decisão tomada há dois anos atrás, por via da epidemia, mas que o desenvolver da situação sanitária já teria permitido reverter há muito tempo. Um serviço que serve mais de 7000 trabalhadores e que é urgente e necessária a sua re-abertura pelo período integral, tal como acontecia antes de março de 2020.
A desumanização, baseada num distanciamento entre utentes e o seu centro hospitalar, e entre os seus trabalhadores constitui um elemento negativo para a prestação de cuidados de saúde, que se quer próximo das pessoas. A defesa do SNS é também a defesa dos seus trabalhadores e dos seus utentes. O PCP continuará a bater-se em defesa do Serviço Nacional de Saúde, universal, geral e solidário na construção de um modelo de desenvolvimento da região e do país justo e solidário.