Debate - O PCP os Católicos e a Igreja
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Dia 24 de Fevereiro pelas 18 horas, o PCP realizará um debate sobre "O PCP, os Católicos e a Igreja".
O debate terá lugar no auditório do Instituto Universitário Justiça e Paz e terá como oradores Edgar Silva e Sérgio Dias Branco. A moderação do debate ficará a cargo de Manuela Pinto.

Edgar Silva
Licenciado e Mestre em Teologia. Foi Sacerdote e Professor na Universidade Católica Portuguesa no Funchal. Foi Deputado da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira. Foi candidato às eleições para Presidente da República de 2016. Membro do Comité Central do PCP.
Sérgio Dias Branco
Professor da Universidade de Coimbra. Leigo da Ordem Dominicana. Mestrando em Teologia. Membro da Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP. Membro da Comissão Executiva da CGTP-IN. Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sindicato dos Professores da Região Centro/FENPROF.
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Espectáculo CDU Força decisiva na cultura. Intervenção de Inês Carvalho candidata da CDU por Coimbra.
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Lê aqui a intervenção de Inês Carvalho, candidata da CDU por Coimbra, no espetáculo da CDU "Força decisiva na Cultura" no Convento de S. Francisco (Vê aqui https://www.youtube.com/watch?v=vdzllxNEuKU):
"Boa noite. Sejam todos bem-vindos.
Quero deixar-vos algumas palavras, não exactamente sobre aquilo a que vamos assistir de seguida, mas sobre aquilo que a CDU quer ver acontecer na Cultura, no nosso país.
Há muito que colocamos com clareza este objectivo: “garantir o acesso de todos, em todo o território nacional, à experiência da criação e da fruição cultural e artística." Repito: garantir o acesso de todos à fruição e à criação cultural e artística — é destas duas dimensões (e não apenas de uma delas) que se faz, para a CDU, a democratização da cultura.
Em sentido contrário, a indigência das políticas e financiamento público à cultura o que tem provocado é o esvaziamento da diversidade e a destruição do tecido cultural, a par da privatização e mercantilização dos bens culturais que, em conjunto, contribuem para uma dupla estratificação no acesso à cultura: por um lado a elitização; por outro lado a massificação, que visa transformar-nos em meros consumidores, conformados e submissos perante o mercado internacional das chamadas indústrias culturais. Uma e outra - elitização e massificação - são contrárias à democratização cultural, são contrárias à democracia.
Mas, então, como alcançar e garantir a democratização do acesso à cultura?
A essa pergunta respondemos: estruturando um Serviço Público de Cultura, capaz de articular entidades de natureza, actividade e meios de intervenção muito diversificados, garantindo a sua autonomia de gestão e de criação artística.
A estruturação de um serviço público de Cultura, em particular no que às Artes diz respeito, requer, entre outras coisas:
a existência de um Ministério da Cultura digno desse nome, dotado dos meios orçamentais, técnicos e humanos que permitam a sua intervenção tanto no plano nacional, regional e local, como no plano da articulação de políticas entre ministérios;
a garantia de condições de trabalho aos profissionais, combatendo a precariedade, defendendo a contratação colectiva, estabelecendo mecanismos eficazes de acesso às prestações sociais e a uma carreira contributiva estável, cuja ausência, hipocritamente, pareceu apanhar tanta gente de surpresa quando a pandemia deixou exposta a selvajaria das relações laborais no sector.
uma política pública de ensino das artes e de ensino para a artes, com papel decisivo de uma rede pública de ensino artístico que praticamente não existe e é preciso criar.
Por último, aquele que é muitas vezes o primeiro — o primeiro contacto de tanta gente com as formas, os meios e os instrumentos de criação artística: o Movimento Associativo Popular. Que precisa de um Estatuto que valorize o dirigente associativo, de apoio para a manutenção de edíficios e equipamentos, e precisa que o estatuto de utilidade pública se adeque a novas realidades associativas. Mas também, que se olhe para as suas especificidades e se preveja, por exemplo no caso das Bandas Filarmónicas, a instituição de um programa nacional de apoio que tenha em conta as necessidades de instrumentos, fardas e transporte de que precisam para cumprir o incomensurável serviço público que prestam por este país fora.
Não ignoramos que, em tempo de míngua, desvalorização dos saberes especializados das artes e desvalorização do valor do trabalho dos profissionais da cultura, há quem se sirva dos grupos amadores (ou de estudantes, ainda sem a sua formação completa), para “abrilhantar” programações sem o pagamento devido a quem estudou, se formou e, justamente, quer viver do seu trabalho. Não ignoramos isso e também a isso damos combate, com a mesma firmeza com que entendemos que sem atribuir pelo menos 1% do Orçamento do Estado para a Cultura não estaremos em condições de fazer o caminho para erradicar a precariedade dos trabalhadores da Cultura. Trabalhadores, sim, para quem a Cultura é trabalho, ainda que muitas vezes a fábula da cigarra e da formiga tenha tanta força em algumas cabeças que a não conseguem ultrapassar. Valha-nos a deliciosa ironia de Alexandre O’Neill, imortalizada pela voz da Amália : “minuciosa formiga (…) assim devera eu ser de patinhas no chão, formiguinha ao trabalho (…) e não esta cigarra que se põe a cantar (…) assim devera eu ser … não fora não querer”. O que seria dos sons e das palavras com que habitamos o mundo se por exemplo estas duas cigarras não tivessem querido fazer do seu canto o seu trabalho.
Falei-vos de algumas propostas e compromissos da CDU com a Cultura e para a Cultura. E talvez haja quem, perante a situação que vivemos se pergunte: com a situação de emergência que vive o SNS, sangrado de médicos e enfermeiros e com tantos investimentos por fazer; com a situação da escola pública, cuja falta de profissionais, em particular de professores ,anuncia uma situação dramática a curto prazo; com as carências na habitação ….; quando os salários dos trabalhadores são curtos para pagar a água, a luz e o gás… A CDU vem falar de um serviço público de cultura?!?
Pois bem. Não é de agora que o fazemos. Relembro-vos de três exemplos, que colho entre tantos outros possíveis, andando para trás na nossa história colectiva e das forças que integram a CDU, e onde a mesma pergunta se poderia pôr, talvez de forma ainda mais aguda:
1978 - quando a recuperação capitalista estava em marcha acelerada e a Lei Barreto já tinha visto a luz do dia, Álvaro Cunhal afirma, numa Assembleia de Artes e Letras do PCP :
«Os comunistas defendem a cultura e a arte com a mesma firmeza, a mesma convicção, a mesma paixão com que defendem as liberdades, a Reforma Agrária, as nacionalizações e as outras grandes realizações e objectivos da Revolução portuguesa.
Não é um pormenor: Sim, defendemos o pão, a terra e quem nela trabalha com a mesma firmeza que defendemos a cultura e a arte.
1949 - Ano da morte de Soeiro Pereira Gomes. O militante escritor, ou o escritor militante (como preferirem) que preparou e dirigiu greves, organizou jornais, relatórios e boletins e que na sequência de uma dessas greves teve de passar à clandestinidade. 1949 : a Europa acabada de sair de uma guerra devastadora e, em Portugal, a repressão, a miséria e o analfabetismo provocados pelo fascismo abatendo-se sobre o nosso povo. Nas mais duras condições da clandestinidade e já muito doente, entre toda a sua outra actividade revolucionária, Soeiro Pereira Gomes escreve. Ficção. Contos. E um romance (Engrenagem) que até aos últimos dias da sua vida tentou corrigir, morrendo a achar que não tinha conseguido atingir, nas suas palavras, “mérito para publicação”.
1933 — Ano de todos os nazi-fascismos. Bento de Jesus Caraça que não ignorava o ambiente que se anunciava nem as forças que se perfilavam, dá uma conferência célebre cujo tema é o da cultura integral do indivíduo. Nessa conferência, Bento de Jesus Caraça diz-nos, entre outras coisas muito importantes: “condição indispensável para que o homem possa trilhar a senda da cultura - que ele seja economicamente independente”.
Não nos esquecemos disso. Num vídeo da CDU que por aí circula, ouvimos uma mãe de três filhos relatar o que sentiu quando percebeu que por acção da CDU não iria pagar a cresce do mais novo. Ao jantar, falando disso, diz-nos ela que o filho mais velho com 12 anos, sabendo já o peso do sufoco e o valor do alívio daqueles 160 euros lhe respondeu “já podemos ir ao cinema todos os meses”. Sabemos isso: que a luta por melhores salários e pela subida dos rendimentos dos trabalhadores é também a luta pela cultura.
Se vos relembro destes três exemplos é para dizer no fundamental duas coisas: não é de hoje o nosso combate pela democratização cultural; e se não desistimos nunca de a colocar como questão central, mesmo sob as mais duras condições de vida é porque ela é verdadeiramente estratégica e sem ela o conceito de democracia é um conceito amputado. Não estamos sozinhos nesse entendimento: é a própria Constituição da República Portuguesa que o diz, tornando inseparáveis as dimensões política, económica, social e cultural da democracia; e incluindo nas tarefas do Estado a democratização da cultura. Bem podem vir com os disparates, papões e deturpações em que insistem permanentemente relativamente à CDU, mas há uma coisa que não conseguirão resolver nem apagar: é esta a força política que mais se bateu e mais se bate pelo respeito, pela defesa e pela concretização daquilo que a nossa Lei Fundamental prevê. Podem esses mesmos até não gostar dela, e não gostam, mas então que o assumam, porque são eles que a querem subverter e com ela subverter o regime democrático que vigora no nosso país.
Não abdicaremos desta luta. Porque a Cultura é simultaneamente um meio e um fim, de desenvolvimento de todas as capacidades humanas, dos 5 sentidos e do sentido crítico, de experimentar o lugar do outro, de conhecer, encontrar e receber outras culturas, de afirmar um desenvolvimento soberano, de imaginar outras cores, outros sons, outras formas para o mundo e, com isso, transformar o mundo e a forma como o vemos.
Sem imaginação o futuro seria só a repetição do presente.
O espectáculo que vamos ver a seguir é feito por homens e mulheres que sabem que as artes são por isso e também matéria da transformação do mundo. Um salva de palmas para eles.
Bom espectáculo.
Viva a CDU!"
CDU reúne com Secção de Patinagem da AAC
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Uma delegação da CDU Coimbra constituida por Manuel Rocha, Inês Carvalho e Laura Tarrafa reuniu com a secção de patinagem da associação Académica de Coimbra.
Os constrangimentos à prática desportiva pela ausencia de estruturas de apoio adequadas, em especial à pratica de hóquei em patins, têm marcado negativamente a vida dos atletas e da secção. Realidade que se encontra agravada pela ocupação temporaria para outros fins dos poucos espaços que permitiam a prática da modalidade, designadamente do centro de vacinação. As soluções que se têm encontrado não respondem as necessidades e prejudicam os atletas, seja na formação seja em camadas seniores.
O apoio ao desporto é uma necessidade para o desenvolvimento pleno do indivíduo e da sociedade, cuja importância é ainda mais visível pelas necessidades de mitigar os efeitos para a saúde da epidemia.