O PCP teve conhecimento de uma situação de recurso ilegal à precariedade na contratação de profissionais de Saúde no Hospital de Cantanhede. Esta unidade hospitalar de nível I que integra uma unidade de cuidados paliativos e de
convalescença e já reconheceu e informou a tutela que as necessidades são permanentes e seria importante realizar contratação por tempo indeterminado.
Recentemente, esta unidade de saúde reforçou a resposta num conjunto alargado de valências como a ortopedia, pediatria, oftalmologia, otorrino, psicologia e nutrição. Contudo, nesta unidade e saúde é reconhecida a falta de médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica. Num total e 105 trabalhadores cerca de 28 serão subcontratados.
Existe mesmo uma situação de recurso a trabalhadores em situação de desemprego (Contratos de Emprego-Inserção) para suprir necessidades permanentes com auxiliares de ação médica. o que aos enfermeiros diz respeito, e de acordo com dados da ACSS, existem 30.780 horas de cuidados necessários e 17.493 de horas praticadas nos cuidados intermédios; e de 19.767 de horas de cuidados necessários e de 10.626 de cuidados praticados nos cuidados paliativos.
O recurso a empresas de prestação de serviços para dar resposta a necessidades permanentes dos serviços é inaceitável e profundamente prejudicial para o nível remuneratório e desvalorização salarial destes trabalhadores.
Importa ainda referir que esta unidade de saúde tinha até há pouco tempo uma equipa de cuidados domiciliários pós-operatórios, onde o enfermeiro do bloco operatório acompanhava o doente na sua casa. Com o aumento do número de cirurgias e a falta de enfermeiros, este serviço não tem condições efetivas de funcionamento. Esta situação é ainda mais grave, porque é reconhecido que a qualidade dos cuidados prestados são determinantes para o sucesso do
processo pós-operatório.